O estado de Mato Grosso tem registrado mais de 400 casos de acidentes fatais no trânsito, devido ao uso excessivo de celular, velocidade, álcool e má direção. De acordo com os dados do Departamento Estadual deTrânsito (DETRAN-MT), até o mês de junho de 2024, foram registradas 405 mortes no estado e 43 mortes registradas somente na cidade de Cuiabá.
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Além do Detran, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), detectou que a maioria dos acidentes, são causados pelo consumo excessivo de álcool, misturados com direção. Já em 2023, foi realizado um levantamento, que apontou que o estado apresentou uma taxa de mortalidade de 11,5 mortes a cada 100 mil habitantes, ficando atrás somente de Tocantins, com 11,8 óbitos a cada 100 mil habitantes.
Em termos de internações por acidentes de trânsito relacionados ao consumo de álcool, Mato Grosso ocupa a 9ª posição no ranking dos estados, com 46,9 internações por 100 mil habitantes. Considerando o gênero, os homens são maioria entre os mortos.
Buscando diminuir a taxa de mortalidade no trânsito, em 2008, foi sancionada a Lei Seca, que reforçou as regras para o consumo de álcool pelos motoristas. Ela impõe tolerância zero à presença de álcool no sangue dos motoristas e prevê penas que vão desde multa até prisão, como no caso de acidentes que resultem em homicídio ou lesões corporais.
No dia 09 de julho de 2024, uma jovem, identificada como Maria Clara, estava pilotando uma motocicleta, quando foi atropelada e arrastada por um caminhão na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. Nas imagens, que circularam nas redes sociais, é possível ver que o corpo da jovem se desprende da carreta e se solta no meio da pista, resultando em seu corpo espalhado na pista.
Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) informou que a Autorização Especial de Trânsito (AET) do caminhoneiro estava vencida desde maio de 2023. Ele foi multado em R$ 130,16 por dirigir em área proibida fora do horário autorizado. O ato foi considerado infração média, perdendo quatro pontos na carteira de motorista.
Além do caso da Maria, recentemente outra jovem perdeu a sua vida, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA). A vítima foi identificada como Luize Cristiny Amorim de Castro, de 22 anos. Segundo a Polícia Civil, a vítima trafegava de moto na pista, quando colidiu com um carro que trafegava no mesmo sentido. Luize chegou a receber atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada a uma unidade hospitalar, mas não resistiu aos ferimentos.
A infração que continua a destacar-se como a mais cometida pelos condutores é a condução em velocidade superior a 20% do limite máximo de velocidade.
A medida em que os acidentes aumentam, a sociedade fica cada vez mais preocupada e receosa em dirigir nas ruas em horário de pico. Júlia, que recentemente tirou a sua carta de motorista, revela que tem se assustado com a brutalidade que os motoristas estao dirigindo no trânsito e que evita pilotar em horários agitados.
“Tirei a minha carta tem nem um ano e morro de medo de ficar andando de moto em Cuiabá, pois vejo que os carros não respeitam a sinalização e muito menos motoqueiros. Infelizmente o que mais vejo são pessoas usando o celular, enquanto dirige e acabam deixando de prestar atenção onde deveriam. Se as nossas leis fossem mais rígidas com isso, o nosso estado avançaria e diminuiria as mortes”, relata durante a entrevista com o Jornal Centro Oeste Popular.
De um outro lado, os motoristas de aplicativos, mais conhecidos como “Uber”, reclamam da falta de sinalização nas vias e nas cobranças em quem ultrapassa o limite de velocidade.
“O que mais vejo são motoqueiros e carros correndo em avenidas, ruas pequenas e não respeitando as leis de trânsito, principalmente quando tem faixa para pedestres. As pessoas precisam respeitar mais e diminuir a velocidade e entender que coloca em risco a sua vida, a vida do próximo e que talvez, poderiam ser seus familiares em um desses acidentes. É muito triste ver acidentes diariamente e ver pessoas morrendo por besteira ou falta de atenção. Isso gera um medo em mim, que tenho filha e que em breve estará pilotando ou dirigindo nas ruas de Cuiabá”, finaliza Roberto.
