A Taberna Portuguesa foi fundada em 25 de setembro de 1979 e, ao longo do tempo, conquistou muitos apreciadores da culinária portuguesa na região centro-oeste, sob a liderança de Bento Abraços. Porém, sua trajetória se consolidou em 1996, quando o chef experiente e a administradora, Sônia, se uniram. Nesse período, a Taberna passou por uma reestruturação do cardápio para atender a alta gastronomia, onde ambos alinharam o uso da matéria-prima de qualidade, a praticidade, boa apresentação e sabor inconfundível das receitas tradicionais com novas assinaturas.
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Para comemorar os 45 anos de história na capital, o local oferecerá aos clientes três dias de festa, podendo optar pelas datas de 26, 27 e 28 de setembro, com um show de fado exclusivo com fadistas portugueses que moram em São Paulo e comparecerão para apresentar a música popular urbana, genuinamente portuguesa e cheia de sentimento. O Fado nasceu em Lisboa nas tascas, nos pequenos restaurantes, nas ruas e pátios dos bairros mais simples e antigos da cidade, caracterizado por versos cantados por um solista, o fadista, acompanhados por guitarra portuguesa e viola.
“Estamos muito felizes porque é uma comemoração muito importante, uma data marcante e queremos realmente celebrar isso com o nosso cliente fiel, que nos acompanha há mais de 40 anos. Desde que lançaram o bacalhau, há clientes que comem o mesmo prato há 35 anos. Então, esses clientes, que não são poucos, são muitos que os acompanham há dezenas de anos. Acredito que será uma festa linda”, conta Sônia.
A trajetória do local inicia-se com a chegada de Bento Abraços, natural do Alentejo, Portugal, ao Brasil, convencido por um amigo de que teria oportunidades no país tropical. Na época, estava na África do Sul, onde se casou, e vieram os dois para o Rio de Janeiro. Como ele possui curso de técnico agrícola e trabalhou com agricultura em sua terra natal, Jonas Pinheiro, senador, o chamou para gerenciar suas fazendas.
Exerceu atividades agrícolas por um bom tempo, até decidir ter o próprio negócio, juntamente à ex-esposa, montou um pequeno comércio, como muitos restaurantes começam em Lisboa, em um beco na Rua 15 de Novembro, que durou quatro anos. Ali, vendiam muitas entradas e porções, como bolinho de bacalhau, sardinha frita, manjubinha e casquinha de siri.
O cozinheiro também trabalhava no atendimento de clientes, no serviço de garçom, no caixa, e ela na cozinha; eram só os dois e permaneceram até que ela faleceu, e somente dois anos depois, construiu o que ele chama de “taberninha”, ainda na Rua 15 de Novembro, onde conheceu Sônia, compraram um terreno que aos poucos construíram a sede atual, há 21 anos, e cresceram desde então.
Sônia Abraços entrou na parte administrativa do negócio, fazendo administração geral, financeira, marketing e atendimento, era responsável por várias funções, já ele continuou na cozinha, sua especialidade e auxiliando colaboradores. Ela estava no segundo ano do curso de administração da faculdade, durante o período de namoro dos dois, por isso, tudo o que aprendia na teoria era aplicado na empresa.
Em termos de cardápio, quando Bento começou na “taberninha” em 1985, vendia muita carne bovina e produzia pratos populares, embora tenha aprimorado nesse quesito, não gerava a lucratividade desejada e além de dar muito trabalho. Com o teto baixo e muito calor, foi mudando o cardápio, substituindo carnes por pratos de bacalhau, esse processo demorou cerca de dez anos. Quando Sônia o conheceu, ele havia lançado um prato em homenagem ao pai dele, o Bacalhau a Bule, que é servido até hoje, ela diz ter aprovado o prato desde a primeira experiência.
Bento tem a particularidade de lançar pratos em homenagem às pessoas queridas por ele. Há aqueles dedicados à filha e a companheira, Espaguete a Anna Carolina e Lagosta a Sonia Abraços, bem como ao cozinheiro que se aposentou após 33 anos de casa, o Bacalhau a Mauri, que foi top 10 por muito tempo, segundo a proprietária.
Sônia gosta de viajar e trazer novidades, vários lançamentos existentes no cardápio surgiram assim, como ceviche, polvo lagareiro e bacalhau à Provençal, foram apreendidas em viagens e continuam a vender muito bem. O bacalhau à Provençal, por exemplo, é um campeão em vendas desde que foi lançado há dois anos.
O restaurante tem um ambiente familiar, e a particularidade de possuírem clientes que comem o mesmo prato há mais de 30 anos, têm filhos que cresceram, noivaram, casaram no local e hoje trazem seus próprios filhos para ter uma refeição. “Isso é muito gratificante, pois, demonstra que a história construída ao longo de 45 anos está sendo replicada com sucesso”, afirma.
Segundo a administradora, o que faz com que os cuiabanos realmente procurem a comida portuguesa e gostem por tantos anos é que cada prato lançado conquista o paladar de um grupo, e eles divulgam no conhecido “boca a boca”. O bacalhau à Provençal, por exemplo, se popularizou sem divulgação ou prêmios. Dessa forma, o cliente valoriza a criação e a qualidade dos produtos oferecidos.
Para que isso ocorra com maestria, ela mesmo cuida da matéria-prima desde a saída do importador em São Paulo até a chegada no balcão e na câmara frigorífica. O bacalhau, por exemplo, não pode sofrer alteração de temperatura, pois, isso altera sua textura. Trabalham com o Gadus Morhua, o bacalhau mais macio, encontrado em águas extremamente geladas da Groenlândia, a carne solta as pétalas inteiras quando o cliente a pega com talher, e isso é admirada por quem consome. A qualidade dos bens e serviços é mantida com muito cuidado pelo estabelecimento nesses longos anos de jornada gastronômica.
Serviço:
Telefone: (65) 3321-3661 / 3322-0743
Rede social: @taberna_portuguesa
Horário de funcionamento: Almoço de Segunda a Sexta das 10:30 às 14:00h / Sábado e Domingo das 10:30 às 14:30h Jantar de Segunda a Sábado das 18:00 às 23:30h.
Endereço: Avenida Ipiranga, 560, bairro Goiabeiras
