No dia 26 de janeiro, é celebrado o Dia Mundial Contra a Hanseníase, e o mês de janeiro é dedicado à conscientização sobre essa doença infecciosa, que é simbolizada pela cor roxa. A hanseníase, ainda cercada de preconceitos e estigmas, é uma doença contagiosa, mas tratável e controlável, com tratamento gratuito oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A doença é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que afeta os nervos e causa perda de sensibilidade na pele. Em casos mais graves, pode levar à perda de movimento e até amputações.
O enfrentamento à hanseníase é um grande desafio de saúde pública no Brasil, e o diagnóstico precoce é fundamental para reduzir a transmissão e prevenir sequelas físicas. Para auxiliar no diagnóstico, em 2022 o SUS incorporou três novos testes de apoio ao diagnóstico e um para detectar resistência à doença, que começaram a ser utilizados em 2025. Durante todo o mês de janeiro, a Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), promove a campanha "Janeiro Roxo", com o objetivo de sensibilizar a população sobre a hanseníase e destacar que a doença tem cura. Nas unidades básicas de saúde da cidade, atividades educativas estão sendo realizadas para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, além de combater o preconceito e a desinformação em torno da doença. Atualmente, Cuiabá atende cerca de 400 pacientes em tratamento de hanseníase, oferecendo suporte gratuito pelo SUS.
De acordo com Dárlen Souza, responsável técnica pela campanha, as equipes de saúde de Cuiabá estão mobilizadas para realizar busca ativa de casos, identificando precocemente novos pacientes e iniciando o tratamento rapidamente. A secretária municipal de Saúde, Dra. Lúcia Helena Barboza Sampaio, ressaltou que campanhas como a do "Janeiro Roxo" são essenciais para quebrar preconceitos, promover a conscientização e garantir o acesso ao tratamento adequado.
Entre as ações previstas, estão atividades como busca ativa por agentes comunitários de saúde, palestras educativas, treinamentos para profissionais e visitas domiciliares para acompanhamento dos pacientes. De 6 a 10 de janeiro, será realizada a busca ativa, panfletagem, palestras educativas sobre a doença e caminhadas com idosos. De 13 a 17 de janeiro, ocorrerão palestras extramuros e exames rápidos nas unidades de saúde. Entre 20 e 24 de janeiro, será feito treinamento para atualização de agentes comunitários, visitas domiciliares e promoção de palestras e distribuição de materiais educativos. De 27 a 31 de janeiro, será feito um balanço geral da campanha, com confirmação de casos e feedback para a equipe envolvida.
As ações acontecerão nas unidades de saúde: ESF Santa Laura, CPA III, USF Jockey Club 01 e 02, USF Sucuri, USF Jardim Fortaleza II, USF Jardim Vitória, USF Novo Mato Grosso, USF Novo Paraíso, USF Pedregal e USF Jardim Imperial.
A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen) e é transmissível pelas vias respiratórias, principalmente em casos de convivência prolongada com uma pessoa infectada que não está em tratamento. Os principais sintomas incluem manchas na pele com alterações de sensibilidade, formigamento ou dormência nas extremidades e fraqueza muscular. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações graves, como incapacidades físicas. O tratamento é feito com uma combinação de três antibióticos fornecidos gratuitamente pelo SUS e dura de 6 a 12 meses. A hanseníase pode ser curada sem sequelas se diagnosticada precocemente.
Os sintomas da hanseníase incluem manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas na pele, perda de sensibilidade ao calor, frio, dor e tato, diminuição da força muscular, caroços e placas na pele, pele seca, sem suor, queda de pelos, especialmente nas sobrancelhas, dor ou sensação de choque ao longo dos nervos e inchaço de mãos e pés. A hanseníase tem um longo período de incubação, de 2 a 10 anos, e é transmitida quando uma pessoa infectada elimina o bacilo para o ambiente, afetando outras pessoas suscetíveis.