O marketing digital tornou-se uma peça-chave no desenvolvimento e crescimento de empresas de diversos portes e setores. Porém, a falta de uma regulamentação eficaz e a ausência de um órgão fiscalizador têm gerado uma série de problemas que afetam tanto os profissionais da área quanto os consumidores que contratam seus serviços. A ausência de uma estrutura que regule as práticas de marketing digital tem levado à falta de qualidade nos serviços oferecidos, à concorrência desleal e à falta de proteção para o consumidor, gerando um cenário de incertezas e riscos para o mercado.
Quer ficar bem informado em tempo real? Entre no nosso grupo e receba todas as noticias (ACESSE AQUI).
Falta de Qualidade nos Serviços
Um dos maiores desafios enfrentados pelo mercado de marketing digital no Brasil é a falta de qualidade nos serviços prestados. Com a crescente demanda por profissionais especializados, muitos se aventuram a atuar na área sem a devida qualificação ou experiência. Isso resulta em uma grande disparidade na qualidade dos serviços entregues, com estratégias inadequadas, resultados aquém do esperado e, em muitos casos, a simples promessa de resultados milagrosos sem embasamento técnico.
A falta de um órgão fiscalizador que regule as práticas profissionais, verifique a idoneidade e a qualificação dos prestadores de serviço e certifique-se da entrega efetiva de resultados de acordo com as expectativas criadas prejudica o desenvolvimento saudável do setor e prejudica os consumidores que, muitas vezes, acabam contratando serviços que não atendem às suas necessidades.
A Falta de um Órgão Fiscalizador
O marketing digital é um campo extremamente dinâmico e inovador, mas também vulnerável a práticas inadequadas. A ausência de um órgão regulador que supervisione o setor permite que profissionais não qualificados, ou até mesmo fraudulentos, atuem de forma irresponsável, prejudicando a reputação da área como um todo.
Embora existam algumas entidades de classe, como o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), que supervisiona parte das práticas publicitárias, o marketing digital como um todo carece de um órgão centralizado e com poder suficiente para fiscalizar e garantir a qualidade e ética das práticas profissionais. A falta dessa regulamentação gera um vácuo que favorece o crescimento de empresas e indivíduos que operam sem compromisso com boas práticas, ética e transparência.
Concorrência Desleal
Outro reflexo da ausência de regulamentação no setor de marketing digital é a concorrência desleal. Sem a necessidade de seguir uma tabela de preços ou uma regulamentação clara, muitos profissionais e empresas praticam preços baixos, que em muitos casos não refletem o verdadeiro valor do serviço prestado. Essa prática cria uma distorção no mercado, onde quem oferece serviços de baixa qualidade consegue competir de forma desleal com os profissionais qualificados, desvalorizando a profissão e comprometendo os resultados esperados pelos clientes.
A falta de uma tabela de preços mínima, por exemplo, leva a um cenário em que empresas que praticam preços irrealistas podem se beneficiar de um mercado instável e pouco profissional, enquanto aquelas que prezam pela qualidade e comprometimento com os resultados enfrentam grandes dificuldades para se manter competitivas.
A Falta de uma Lei que Proteja o Consumidor
Outro ponto crucial é a falta de uma legislação específica que proteja o consumidor que contrata serviços de marketing digital. Ao contratar um serviço de marketing, muitas empresas ou empreendedores não têm uma visão clara sobre os resultados que podem esperar, os métodos utilizados ou, até mesmo, os riscos envolvidos. Com a ausência de uma regulamentação, o cliente se encontra à mercê de promessas vagas, com pouca ou nenhuma proteção legal em caso de falhas.
A falta de uma legislação que garanta um contrato de prestação de serviços mais transparente, que especifique prazos, garantias e resultados concretos, prejudica o consumidor. Em muitos casos, a promessa de aumentar o tráfego de um site, melhorar o ranqueamento no Google ou aumentar as vendas é feita sem o respaldo de resultados mensuráveis, deixando o consumidor vulnerável a prejuízos e frustrações.
A criação de uma regulamentação que envolva uma Lei de Proteção ao Consumidor de Serviços de Marketing Digital se torna cada vez mais necessária. Essa lei poderia incluir diretrizes claras sobre a prestação de serviços, direitos do consumidor e punições para práticas desleais, evitando abusos e garantindo que tanto os consumidores quanto os prestadores de serviços operem dentro de um mercado mais justo.
O Caminho para a Regulamentação
Embora o marketing digital seja uma área em constante evolução e adaptação, a criação de um órgão fiscalizador e a regulamentação mais robusta são questões urgentes para garantir a qualidade dos serviços e a proteção dos consumidores. A implementação de uma tabela de preços que reflita os custos reais de uma campanha de marketing e um conjunto de normas para proteger as partes envolvidas são passos importantes para trazer mais transparência ao setor.
Os profissionais da área, por sua vez, devem se unir em torno da idéia de auto-regulação, buscando sempre a qualificação contínua e a ética no desenvolvimento de suas atividades. A busca por uma melhor compreensão das necessidades dos clientes e a adaptação às novas ferramentas e tecnologias são essenciais para que o setor de marketing digital evolua de maneira saudável e sustentável.
Bernardo Matos é empreendedor desde os 12 anos e possui a empresa Maximídia, que presta serviços para as empresas que buscam se posicionar profissionalmente no digital.