A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, de maneira unânime, tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu, com outros aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado. A decisão marca um momento importante na trajetória judicial dos responsáveis pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, que buscavam desestabilizar a ordem democrática no Brasil.
A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), em um discurso enfático na Câmara dos Deputados, comemorou a decisão do STF e destacou a importância de garantir que os responsáveis por essa tentativa de ruptura do Estado Democrático de Direito enfrentem a justiça. Hilton, conhecida por sua postura combativa em defesa da democracia, criticou duramente os envolvidos no movimento golpista, com especial ênfase no ex-presidente Jair Bolsonaro, apontando-o como o mentor e líder do movimento.Hilton afirmou que a decisão de colocar Bolsonaro no banco dos réus é uma resposta clara à violência e ao terrorismo que marcaram os eventos de 8 de janeiro e os dias que o antecederam. Para ela, não há espaço para relativizar os atos de violência com uma tentativa de “eufemizar” os fatos, como se buscassem minimizar o impacto real do que aconteceu em Brasília.
“Pessoas presas não por serem ‘senhorinhas com uma bíblia debaixo do braço’ ou por ‘usar um batom’. Estão presas porque participaram ativamente de uma tentativa de golpe de Estado”, disse Hilton, fazendo referência a algumas tentativas de retratar os manifestantes de maneira mais amena. Ela ressaltou que a verdadeira violência foi contra as forças de segurança, instituições públicas e o patrimônio da União.
A deputada ainda ressaltou a gravidade das acusações contra o ex-presidente, que é visto como o principal responsável por incitar o golpe. Hilton fez uma comparação entre o comportamento de Bolsonaro e o da ex-presidente Dilma Rousseff, que enfrentou o golpe de 2016 com coragem, enquanto o ex-presidente se retrai, “chorando” sempre que confrontado, mas sem hesitar em incitar a violência quando a situação se torna favorável a seus interesses.
“Hoje, o criminoso da República, Jair Bolsonaro, senta no lugar onde ele deveria estar sentado, no banco dos réus. A democracia prevalece, e a verdade vem à tona”, afirmou Hilton, ao reforçar que o ex-presidente deve ser responsabilizado por sua participação ativa na tentativa de desestabilização do governo eleito democraticamente.
Ao longo de seu discurso, Hilton fez questão de frisar a importância da resistência democrática frente aos ataques sofridos. “Mas hoje sai de pé a democracia, hoje sai fortalecida as instituições brasileiras”, declarou. A deputada ainda reforçou a necessidade de enviar um recado claro aos golpistas e fascistas: “Não haverá espaço para anistia, pode chorar, mas o lugar de Bolsonaro é na cadeia, junto aos terroristas que atacaram o Brasil em janeiro”.
Em um tom incisivo, a deputada também criticou os esforços de defesa que buscam minimizar o impacto dos ataques à democracia. Hilton mencionou o episódio da agressão a uma policial, destacando que o amassado do capacete da profissional de segurança não foi causado por um “batom”, mas sim pela “covardia, brutalidade e agressividade” dos envolvidos no ataque.
Ela condenou aqueles que tentam reduzir a gravidade dos atos golpistas e se comprometeu a continuar a luta pela preservação da democracia e pelo enfrentamento das ameaças que ela encara. “Foi um ato fascista, golpista, terrorista e antidemocrático. Não vamos permitir que diminuam a gravidade dos acontecimentos”, disse.
Agora que Bolsonaro e outros aliados estão oficialmente no banco dos réus, a expectativa é de que o processo penal avance e que a Justiça cumpra seu papel em punir aqueles que atentaram contra a democracia. A fala de Hilton, junto à decisão do STF, reflete um momento crucial na política brasileira, onde a luta pela verdade e pela justiça começa a prevalecer sobre as tentativas de golpe e desinformação.
A deputada concluiu seu discurso reafirmando seu compromisso com o fortalecimento das instituições democráticas, alertando sobre o risco de um retrocesso político e destacando a importância de responsabilizar todos os envolvidos no ataque ao Estado Democrático de Direito.
