21 de Outubro de 2024

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VARIEDADES Sexta-feira, 18 de Outubro de 2024, 15:30 - A | A

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Filme “Maníaco do Parque” visa reparação histórica das vítimas, diz diretor

Longa sobre o serial killer brasileiro estreou nesta sexta-feira (18) no Prime Video

CNN POP

O filme “O Maníaco do Parque“, que chega ao Prime Video nesta sexta-feira (18), teve o objetivo de retratar a história das vítimas do caso. Segundo o diretor Mauricio Eça, o foco da produção foi trazer a reparação histórica para as mulheres que foram atacadas pelo famoso serial killer brasileiro.

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À CNN, Eça falou que a produção teve um processo de pesquisa intenso sobre o caso, com acesso à algumas sobreviventes e familiares de vítimas do serial killer Francisco de Assis Pereira, popularmente conhecido como o Maníaco do Parque.

“É uma história muito séria e só o Francisco realmente pode ter a versão dele contada”, disse Eça durante entrevista. “Nos anos 1990, o Francisco teve muito espaço e foi amplamente difundida sua versão nas TVs, principalmente na TV aberta. As vítimas foram muito discriminadas, não ouvidas tanto pela imprensa quanto pela polícia, então nosso recorte dessa história foi contar um filme quase como uma reparação histórica dessas vítimas, contando a história delas.”

O filme estrelado por Silvero Pereira e Giovanna Grigio e é feito sob a perspectiva da personagem de Grigio, uma jovem jornalista que trabalha em um jornal machista e está começando sua carreira quando os casos das mortes começam a vir à tona.

O Maníaco do Parque foi condenado por atacar 23 mulheres e assassinar dez delas entre 1997 e 1998. Os corpos foram escondidos no Parque do Estado de São Paulo (atual Parque Ibirapuera), o que originou seu nome

“São duas narrativas que correm juntas no filme”, explica Eça.  “Na história do Francisco, retratamos várias questões. Ele era um motoboy, era um patinador de sucesso, carismático. E ele, ao mesmo tempo, tinha na intimidade uma mente perversa, que atacava essas mulheres. São muitos detalhes que temos que considerar para contar essa história.”

 

 

“Vamos para algo mais intenso e mais direto, que é contar a realidade desse cara e o que aconteceu na época, principalmente com a mídia e com a polícia”, continuou. Segundo o diretor, foi um ano de muita tensão em São Paulo (que se lembra até de amigas que tinham medo de ir ao parque em questão durante os anos de 1990). “A gente teve muito cuidado com essa história e a gente teve esse olhar mais feminino para contar quem foi o Francisco, o que ele fez, porque é uma história muito triste e muito bárbara.”

Ao retratar um caso famoso e que dá foco à violência contra a mulher, o diretor explicou que foi necessário fazer escolhas para pensar na melhor maneira de contar os acontecimentos. “Em nenhum momento queríamos que a violência fosse gráfica e gratuita, então a gente sabia que existia a necessidade de criar essa tensão e esse medo que esse cara gerou na época, então precisávamos de cenas mais fortes e mais densas, mas foram cenas muito cuidadas, preparadas e coreografadas, mas que foram necessárias para que as pessoas entendessem como esse cara era perigoso”, falou.

Mauricio Eça reforça que foi um filme delicado de se fazer principalmente por isso. “É um filme muito forte, que discute coisas muito delicadas, então os atores que entram nessa história tem que estar muito afim e com muita vontade de se entregar. O Silvero Pereira nunca tinha feito um papel como esse na carreira dele, foi um desafio absurdo então ele se entregou completamente de corpo e alma”, falou.

Em conversa com a apresentadora Mari Palma, Silvero Pereira falou sobre a cena mais difícil que teve que gravar no filme enquanto interpretava Francisco de Assis.

 

A preocupação em fazer true crime

Não é a primeira vez que o diretor Mauricio Eça faz uma produção do gênero true crime – ou seja, baseado em crimes reais. O cineasta é responsável pela trilogia do caso sobre Suzane von Richthofen: “A Menina que Matou os Pais“, “O Menino que Matou Meus Pais” e “A Menina Que Matou os Pais: A Confissão“.

“Fazer true crime é sempre muito delicado, a gente tem que ter muito respeito pela história, obviamente, mas pelos envolvidos, pelas vítimas, pelos que estão aqui ainda”, disse Eça à CNN.

De acordo com o diretor, fazer filmes e séries ficcionais baseados em crimes reais gera uma discussão na sociedade pelo interesse público em tentar entender os assassinos. “A gente se interessa muito sobre esse assunto para discutir a mente humana (…) Filmes como esse são necessários não apenas para entender a psicologia humana, mas também para entender a nossa sociedade.”

“Acho que esse filme vai gerar muitas reflexões e isso me interessa”, finalizou.

“O Maníaco do Parque” já está disponível no catálogo do Prime Video.

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