A Embrapa Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE) fecha o ano de 2024 com sua primeira estrutura financiada com recursos do PAC Embrapa em funcionamento. Trata-se da reestruturação dos sistemas de irrigação do campo experimental, que contempla áreas voltadas para a produção de alimentos (destinados aos rebanhos da Unidade) e experimentos de pesquisa, trazendo melhorias para otimização da mão-de-obra e economia de água e custos, com investimento de R$ 99,9 mil. Os recursos permitiram aquisição de novos equipamentos de bombeamento de água e automação do sistema, além de reservatórios que facilitam a rotina de trabalho dos empregados.
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O sistema contempla área de capineira de dois hectares, usada para produção de forragem para os animais, outra área, também de dois hectares, para pesquisa em avaliação de desempenho de animais a pasto e uma outra área menor (0,25 hectare), destinada a projeto de melhoramento genético vegetal. As estruturas permitem irrigação nas modalidades de aspersão e gotejamento, de acordo com o objetivo.
De acordo com o engenheiro agrônomo José Wilson Bezerra, analista de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Caprinos e Ovinos, uma das melhorias mais importantes é a instalação de reservatórios de água, de 20.000 litros cada, que permitem bombeamento da irrigação a uma distância mais próxima dos sistemas de irrigação (que contemplam as duas áreas de dois hectares) instalados. Antes, os empregados de campo tinha que se deslocar mais de um quilômetro para acionar os dois sistemas.
“O objetivo dessa mudança foi facilitar o monitoramento da irrigação, tornar esse bombeamento mais acessível e mais barato. A gente juntou os dois sistemas de irrigação maiores, próximos um do outro, o trabalho ficou bastante fácil: você já aciona um sistema, logo já aciona o segundo e consegue verificar se estão funcionando”, explica ele.
Outro aspecto importante que permite economia de recursos é a consolidação da estrutura de irrigação via gotejamento na área de produção de forragem. “O gotejamento é uma irrigação mais adequada para o Semiárido, pelo menor consumo de água. Você tem uma economia de água de 20 a 30% e tem a possibilidade de fazer um melhor manejo da lavoura, porque você não molha a área toda e reduz riscos de problema com fungos ou insetos”, destaca José Wilson. A área irrigada voltada para produção de alimento, em fornecimento direto para os animais ou para silagem, responde por 30% do volume da produção de forragem anual da Unidade.
istema de gotejamento usado na área experimental da Embrapa Caprinos e Ovinos (foto: José Wilson Bezerra)
Na outra área de dois hectares, é usado um sistema de aspersão para irrigação do pasto, mais adequado para áreas onde há movimentação de animais em pastejo. Lá, atualmente há experimento de projeto de pesquisa com rebanho em área com a cultivar de capim híbrido BRS Tamani, para observar o desempenho dos animais.
Segundo José Wilson, o sistema de irrigação permite não somente que essa área seja aproveitada pelo atual projeto, mas também seja alternativa para experimentos futuros. “A área pode até fortalecer a possibilidade de novos projetos. Se, por exemplo, algum novo projeto necessitar de implantação de áreas irrigadas para o pastejo direto, dividido em piquetes, essa área poderá ser aproveitada para isso”, afirma o analista. Já na área de 0,25 hectare, está um sistema de irrigação localizado, em experimento para produção de sementes para melhoramento genético do capim Urochloa.
O analista acrescenta também que as melhorias no sistema de irrigação também favorecem a agilidade e a eficiência da adubação nas áreas irrigadas. “Para uma área de duas hectares, eu consigo fazer adubação em torno de duas horas, um trabalho que posso fazer sozinho na casa de bombas, com equipamento chamado injetor de fertilizante”, acrescenta ele.
Novos equipamentos para bombeamento do pasto irrigado (foto: José Wilson Bezerra)
Aquisição de trator
Além do sistema de irrigação, o PAC Embrapa também permitiu a aquisição de novo trator agrícola, adequado para operações diversas na Unidade, em especial o preparo de solo. O novo equipamento substituiu trator anterior, já desgastado por anos de uso, em uma estratégia de renovação de equipamentos e implementos agrícolas no campo experimental. Para a aquisição, foram investidos R$ 475 mil.