18 de Setembro de 2024

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ECONOMIA Segunda-feira, 02 de Setembro de 2024, 10:38 - A | A

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REFAZENDO OS CÁLCULOS

Aneel deve rever bandeira tarifária vermelha e tirar pressão do IPCA, diz economista

Na sexta (30), foi anunciado patamar 2 da bandeira vermelha, mas revisão deve levar para o nível 1, que tira 0,14% do impacto inflacionário

Redação

A  Agência Nacional de energia Elétrica (Aneel) definiu a bandeira tarifária vermelha para o mês de setembro, deixando para trás a bandeira tarifária verde, que estava em vigência. Segundo o órgão, a mudança se deve ao risco hidrológico e o custo de geração de energia. O anúncio foi feito na sexta (30).

“A cobrança adicional da tarifa de energia elétrica é na casa dos 8%. É um impacto bastante relevante”, explicou Alexandre Maluf, economista da XP, que participou nesta segunda (2) do Morning call da XP.

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Energia pesa no IPCA
“A gente tem que lembrar que energia elétrica no IPCA é o segundo item que mais pesa. São 4% de peso no IPCA. Isso pegou todo mundo de surpresa. A maior parte do mercado esperava bandeira vermelha 1, que teria impacto de 5%”, disse.

No entanto, segundo o economista, isso pode mudar. É que no sábado (31), o ONS (Operador nacional do Sistema Elétrico) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, refizeram os cálculos com dados provenientes da Usina Termelétrica de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

“Com esses dados, chegaram a conclusão que havia inconsistência de anúncio de bandeira vermelha 2. A gente também refez esses cálculos e o correto é o anúncio de bandeira vermelha 1”, esclareceu.

Retificação diminui impacto inflacionário
Ainda não houve anúncio oficial de retificação, mas o impacto é considerável. “Com o cenário de bandeira vermelha 1, o IPCA de setembro fica em 0,42%, e com bandeira vermelha 2, 0,56%. A diferença é de 0,14% – é muito relevante”, explicou o economista.

“Vai ter essa retificação, que pode ser feita ainda em setembro”, complementou. A perspectiva da XP é de que o ano encerre com bandeira amarela.

“A bandeira amarela seria uma queda relevante em relação à bandeira vermelha 1 em quase 0,10%. E a expectativa é que volte para a bandeira verde em 2025 depois da estação chuvosa”, destacou.

Inflação benigna
Para Alexandre Maluf, no curto prazo, a inflação segue ainda relativamente benigna. A” gente tem uma inflação no Brasil como uma história que tem a área de serviços pressionada, justamente por conta de um mercado de trabalho aquecido”, ressaltou.

“A inflação de serviços tem rodado consistentemente em torno de 5%”, comentou. Segundo ele, o que tem se visto é uma desinflação no último trimestre, muito relacionada a parte de industriais.

“A gente tem essa história da China, de exportar deflação para o restante do mundo. A gente vê a inflação de industriais em torno de 1%, que é muito pouco e tem segurado a inflação cheia”, disse.

Serviços preocupa
“Mas a gente não vê arrefecimento em relação a serviços. A gente tem uma inflação de serviços bastante forte, refletindo esse dinamismo da atividade doméstica, e um recuperação da inflação de bens muito por conta do câmbio”, afirmou.

A projeção de IPCA para 2024 da XP é de 4,4% e em 2025, com alimentação bem-comportada, assim como industriais, por conta da Selic e desaceleração da economia global.

“Enquanto a inflação de serviços não deve ter muito alívio (em 2025). Ela deve ficar em 5,1% no ano que vem, com um cenário desancorado de expectativas e atividade bastante sólida”, complementou Alexandre Maluf. A XP projeta IPCA de 4% em 2025.

 
 

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