18 de Setembro de 2024

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ESPORTE Segunda-feira, 12 de Agosto de 2024, 16:00 - A | A

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FIM DAS OLÍMPIADAS

Veja quais foram os esportes que mais deram medalhas ao top 5 em Paris 2024

Distribuição de pódios mostra modalidades que as principais potências olímpicas investem para se manterem no topo do quadro de medalhas; EUA e China têm estratégias bem distintas

GE Esporte

Ao fim de mais uma edição dos Jogos Olímpicos, EUA e China mais uma vez mostraram que são, hoje, as maiores potências esportivas do planeta, conquistando, cada um, o impressionante número de 40 medalhas de ouro (o dobro do terceiro colocado, o Japão, que subiu 20 vezes ao lugar mais alto do pódio em Paris 2024). Mas, para estar na elite do esporte mundial, é preciso ter, além de forte investimento financeiro, uma estratégia que otimize os resultados considerando-se a cultura de cada país, e também concentrar esforços em modalidades nas quais um atleta possa disputar (e ganhar) múltiplas medalhas.

Líder histórico do ranking de medalhas por país na história olímpica, os Estados Unidos têm um direcionamento muito claro na sua estratégia olímpica: priorizar os dois esportes que são a base dos Jogos (atletismo e natação), e também a ginástica artística. Neles, os americanos conquistaram 25 medalhas de ouro, respectivamente, 14, oito e três - somando 62,5% dos seus 40 ouros olímpicos em Paris 2024. As três modalidades têm a mesma característica: são compostas por atletas que têm a possibilidade de conquistar múltiplas medalhas.

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A China, que ficou em segundo lugar em Paris 2024 por ter conquistado menos medalhas de prata que os americanos, tem uma estratégia um pouco diferente: aposta em modalidades que são historicamente dominadas pelo país, como o tênis de mesa (cinco ouros e uma prata, esta também chinesa) e os saltos ornamentais (oito ouros). Além disso, faz um investimento maciço no levantamento de peso (cinco ouros) e no tiro esportivo (cinco ouros). A natação vem sendo, há algum tempo, também um alvo de investimentos chineses. Em Paris, as piscinas renderam ao país 12 medalhas, sendo duas de ouro. Somando-se essas modalidades, a China conquistou 25 dos seus 40 ouros (62,5% do total).

Na terceira colocação final, o Japão viu a luta ser responsável por quase metade (40%) dos seus 20 ouros em Paris. Com oito ouros e 11 medalhas no total, a modalidade foi o maior destaque do país nos Jogos, superando o tradicional judô, que conquistou "apenas" três ouros nas oito medalhas do país na modalidade. Os australianos, quartos colocados, mantiveram a tradicional força na natação, e conquistaram sete do seus 18 ouros nas piscinas (39% do total).

País que sediou os Jogos, a França contou com um fenômeno em ascensão para turbinar o seu total de ouros e ficar na quinta posição no quadro de medalhas. O jovem nadador Leon Marchand, a quem muitos apontam como provável sucessor e Michael Phelps, conquistou as quatro medalhas de ouro do país na natação. O seu desempenho respondeu por nada menos do que 25% dos 16 ouros franceses nas Olimpíadas. O judô, tradicionalmente um carro-chefe do esporte olímpico francês, conquistou 10 medalhas, mas apenas dois ouros.

 

Apostas em poucos esportes rendem bons frutos

Outros países que tiveram bons desempenhos no quadro de medalhas em Paris apostaram suas fichas em esportes específicos. A Coréia do Sul, por exemplo, colocou suas grandes esperanças de ouro em dois esportes: tiro com arco e tiro esportivo. Dos 13 ouros sul-coreano em Paris 2024, cinco vieram do tiro com arco e três vieram do tiro esportivo. As duas modalidades responderam por nada menos do que 61,5% dos ouros do país - índice semelhante aos de EUA e China.

Outro país que colocou todas as suas fichas em um esporte foi o Uzbequistão. Dos seus oito ouros nesta edição dos Jogos, nada menos do que cinco foram no boxe. Coincidentemente o mesmo aproveitamento de EUA e China nos seus esportes mais fortes (62,5%).

 

Brasil tem aproveitamento abaixo dos líderes

 

O Brasil não possui um investimento financeiro nos esportes comparável aos dos países que dominam o top 5 do quadro de medalhas olímpico. Historicamente, país possui uma cultura esportiva mais voltada para os esportes coletivos, que demandam normalmente uma estrutura única para um número maior de praticantes. Apesar desse cenário estar mudando nas últimas décadas, com centros avançado de treinamentos sendo construídos, como o da ginástica rítmica em Sergipe ou o do vôlei em Saquarema, no Rio de Janeiro, o clubes ainda são os principais formadores de atletas do país.

Com isso, os resultados, apesar de promissores e já apresentarem nomes de destaque, como o de Rebeca Andrade, da ginastica artística, ainda são raros. Analisado o quadro de medalhas do país e Paris 2024, pode-se ver que o judô, a ginástica artística e o vôlei de praia conquistaram os três ouros brasileiros, Cada um desses esportes, portanto, respondeu por 33,3% das medalhas de ouro - pouco acima da metade do índice dos países citados acima. Vale ressaltar, no entanto, que a ginástica artística conta com um time permanente e uma equipe multidisciplinar de apoio médico, psicológico e técnico, além de um trabalho nacional de busca e revelação de talentos. As quatro medalhas em Paris 2024, sendo duas inéditas (ouro no solo e bronze por equipes), e as duas de Tóquio 2020 (ouro no salto e prata no individual geral) colocaram a modalidade na atual elite olímpica do Brasil.

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