Após os resultados das Eleições de 2024, no último domingo (6), Mato Grosso registrará a maior participação feminina de sua história nas Câmaras Municipais de Vereadores, com a posse das candidatas em janeiro. Dentre as 1.404 vagas disponíveis para as cadeiras legislativas, 277 serão ocupadas por mulheres no estado, representando 20% da quantidade total, um aumento de 21% com referência às disputas de 2020. Na capital, dos 27 eleitos, oito foram do sexo feminino este ano, elevando para 30% no quadro legislativo geral, enquanto na cidade de Várzea Grande três conquistaram o cargo no conjunto de 23, que equivale a 13%.
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Segundo dados da Justiça Eleitoral, em 2020, a região elegeu 229 vereadoras, 48 a menos do que o número atual, marcando um avanço significativo na expressão feminina, embora o montante ainda seja modesto se comparado ao todo. No Brasil daquele ano, 9.371 das 58.094 vagas na vereança (16,13%) tiveram preenchimento ocupado por mulheres, hoje, houve o acréscimo para 10.603 nas 58.309 (18,24%) possíveis.
Em termos absolutos, sem considerar a maior oportunidade devido ao crescimento populacional, adicionaram nas bancadas 1.232 legisladoras em todo o país. No entanto, a participação delas entre os eleitos ainda estão muito abaixo da proporção de cidadãs no país. Dados de julho deste ano da Justiça Eleitoral mostram que 81,8 milhões aptos para votar são mulheres, representando 52,4% do total, enquanto os homens somam 74 milhões, ou 47,5%.
Para equilibrar essa diferença, desde 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina que os partidos destinem pelo menos 30% dos recursos do Fundo Eleitoral, além do tempo em propaganda no rádio e na TV para as candidaturas femininas, sendo que ao superar a cota, o repasse deve ser proporcional.
O plenário do TSE também aprovou uma súmula que estabelece critérios para identificar fraudes, como candidaturas fictícias, com base em indícios de votação zerada; ausência de movimentações financeiras relevantes; falta de atos efetivos de campanha; ou promoção de outros candidatos em vez de si mesma.
A vereadora reeleita em Cuiabá e segunda mais votada entre aqueles que colocaram seu nome a disposição, Maysa Leão (Republicanos), garante não estar satisfeita com apenas 8 mulheres ocupando este lugar, já que entende o parlamento como reflexo da população, sendo necessário, no mínimo, metade do legislativo, assim como os 52% de mulheres brasileiras aptas a votar, apesar disso, afirma a euforia e celebração da conquista.
"Éramos um time de 14 pessoas nas ruas, pedindo voto com currículo, entregamos 80 mil em 45 dias, um grupo de menos de 150 apoiadores no whatsapp, mas muita sola de sapatos, suor, saliva e projetos concretos para a Cuiabá. Sem apadrinhamento político, sem grandes suportes. Essa é uma eleição de uma pessoa comum, que foi apoiada por pessoas comuns, cada um desses mais de 5.500 foram conquistados. Felicidade também ver que a vereadora Michelle Elencar foi reeleita, teremos mais mulheres na Câmara de Vereadores, um grande sonho e agora é seguir adiante lutando pela inclusão, pelos que não tem vez e voz", declara Maysa.
Conhecida como Dra. Mara (Podemos), a advogada e bióloga, também garantiu o cargo legislador para o currículo, eleita ao conquistar 3.500 votos, fala sobre a sensação de integrar a Alencastro, neste cenário de visibilidade ao sexo femino, “me sinto honrada por fazer parte desse momento e servir de exemplo para que outras mulheres se encorajem a entrarem para vida pública”.
Confira a posição geral das candidatas eleitas:
1º - 7.460 votos
Samantha Iris - Do Abílio (PL)
2º - 5.615 votos
Maysa Leão (Republicanos)
4º- 5.460 votos
Paula Calil (PL)
7º- 4.514 votos
Michelly Alencar (UNIÃO)
8º - 4.347 votos
Maria Avalone (PSDB)
11º - 3.500 votos
Dra Mara (PODE)
21º- 2.843 votos
Baixinha Giraldelli (Solidariedade)
22º- 2.785 votosKatiuscia (PSB)
