16 de Setembro de 2024

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POLÍTICA Quarta-feira, 04 de Setembro de 2024, 15:20 - A | A

Quarta-feira, 04 de Setembro de 2024, 15h:20 - A | A

REPRESENTANDO

Enfermeira referência no cuidado com feridas crônicas acredita estar pronta para aprimorar a saúde pública e empoderar mulheres em Cuiabá através do cargo legislativo

A candidata Merielly, conta sobre sua trajetória dentro da rede particular de saúde até o engajamento político e propostas relacionadas ao empreendedorismo feminino

Yasmin Yegros da redação

Merielly Nantes, conhecida como enfermeira Merielly, é filiada ao Partido Socialista Brasileiro, tem 38 anos e, além de atuar na área da saúde, é mãe, empresária, referência no tratamento de feridas crônicas, defensora do empreendedorismo feminino e apresentadora do Plantão Podcast, um podcast semanal de saúde. Nasceu no bairro do Porto, onde morou até os 30 e poucos anos às margens do rio Cuiabá. Ribeirinha, de avó cuiabana, foi criada na Feira do Porto e possui familiares no distrito da Guia, "então é aquela família bem grande e tradicional cuiabana”, descreve.  

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Este ano, Merielly teve seu primeiro filho, conta que recebeu o convite para entrar na política durante a gestação, por isso, para aceitar o convite de colocar seu nome à disposição foi bem pensado, primeiramente dispensou, vinha de dois abortos, então o filho era primordial. Depois conversou com o esposo, que lhe deu força, "quando a menina nascer, arrumamos babá, a família é grande", relata sobre o apoio fundamental.  

O chamado de participação foi resultado do trabalho que já vem desenvolvendo, “já recebi esse convite pelo trabalho que venho fazendo, como enfermeira, empresária e no empoderamento feminino. Tenho um podcast que no ano passado, durante as eleições do Coren, Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso, abri espaço para discutir as propostas dos candidatos, já que pela primeira vez tivemos três chapas da enfermagem”.  

Merielly descreve que seu despertar para a política foi impulsionado por seu trabalho na área de tratamento de feridas crônicas: “Trabalho com a Rede Particular, mas vivenciamos muitos casos onde as pessoas não têm condições financeiras de manter o tratamento, que não, é algo que se resolve com um remédio de um dia para o outro. Muitas não podiam continuar, então buscamos na rede pública onde poderíamos encaminhá-las. Vimos a dificuldade do acesso e a falta de um lugar específico para esses pacientes". Por essa razão ela e a sócia, Simone, tentam implantar há quatro anos, um projeto que já está em vigor na cidade de Santos SP, na rede pública, foram para a Secretaria de Saúde, vários vereadores, mas não conseguiram, "esse ano me falaram, você trabalha com um podcast, trazendo várias discussões, mas se você quer mesmo que isso ganhe voz, que amplie para as demais, coloca o seu nome à disposição".  

Incentivada a aceitar o convite por sua experiência e pelo apoio recebido durante a convenção, "o pessoal falou que queriam alguém da saúde, alguém da enfermagem, que achavam importante, nunca tivemos nenhuma enfermeira na Câmara Municipal de Cuiabá e estamos fazendo um trabalho árduo, conversando com todos". O nome de Merielly aparecer na pesquisa de popularidade, apesar de haver muitas pessoas com estrutura física e financeira maior, demostrou a ela que está no caminho certo, "já é uma grande vitória”.  

Relata também que não recebeu de outros partidos o apoio do PSB: “Fui convidada para mais dois partidos, mas não senti segurança, fui recebida pelo presidente Max Russi que me apoiou em todo o processo, mesmo sendo gestante na época. Ele disse, ‘são pessoas assim que a gente quer, com garra, com determinação.’ Sentou comigo, conversou e me senti muito acolhida durante todo o processo”.   

Menciona os desafios e bandeiraas relacionados, além do empreendedorismo na enfermagem, que inclui sua clínica com mais duas sócias, ao qual promoveram o primeiro encontro de empreendedorismo da enfermagem em Cuiabá, puderam discutir outras questões relacionadas a mulheres, 85% da formação na área, então questões como o feminicídio, não tinham como fechar os olhos, algo latente no estado de Mato Grosso.  

Durante o lançamento da campanha, uma amiga da enfermeira, que sofreu violência doméstica falou sobre seu episódio. Em cima disso, conversaram sobre a criação de uma casa de apoio para mulheres que sofreram violência física e psicológica, com apoio jurídico, "porque todas as minhas propostas foram dialogadas com os profissionais da saúde, com mães atípicas, com as mulheres, para ver o que seria viável com relação a isso então todo mundo que sofreu qualquer violência vai estar com esse centro, com essa casa de referência", explica.  

Sobre ao cenário político afirma que a saúde, assim como outras esferas estão passando por um processo difícil e a cidade se sente abandonada. Há uma grande demanda por exames simples que enfrentam demora e escassez, "foram mais de 20 operações contra o atual gestor, a saúde está muito defasada e os profissionais se sentem desvalorizados e em vez de trabalhar para trazer benefícios, muitos vereadores estão focados em conseguir votos. Sinto que a sociedade está descrente, muitas vezes os bons se calam e o mal triunfa, não podemos nos calar, temos que continuar trabalhando” pondera.     

Destaca compromisso com uma política que denomina como nova e transparente, sem estrutura financeira, ela depende de redes sociais e do boca-a-boca, aonde vai até às unidades básicas de saúde e conversa com cidadãos para trazer propostas concretas, "desde quando iniciou a campanha, tenho ficado na frente da porta dos hospitais, todo mundo é muito genérico, vou trabalhar para saúde, educação, segurança pública, fiz questão de elaborar as minhas propostas e o que eu vou fazer. Todo mundo fala, vou trabalhar pelo piso salarial, mas o que você vai fazer de concreto?", decreta sobre o panfleto de projeto, não só para os profissionais da saúde, como para a nossa sociedade.  

A exemplo disso, está aquelas sobre mães atípicas, uma demanda que trouxeram a candidata, depois de conversar com uma mãe, a primeira que conseguiu a redução de carga horária no estado, a mulher desejava que o benefício não, fosse algo individual, mas para todas e assim idealizaram a proposta, "então o meu trabalho é dialogar com a categoria, pacientes e amigos e tenho visto resultados positivos".  

Merielly concluiu ressaltando a importância de uma visão geral e não apenas de interesses pessoais: “O primordial é ter um despertar para a política de trabalho, a cultura de compra de votos está impregnada na sociedade, mas precisamos olhar para o que será feito para o bem comum. É importante focar no que será benéfico para a sociedade como um todo, e não apenas para interesses pessoais”.

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