Reprodução

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (19) na câmara municipal, a vereadora Maysa Leão (Republicanos), contou que estava recebendo alguns telefonemas de garis, relatando preocupação com a falta dos pagamentos. Com a chegada de mais uma semana, os profissionais passarão outro feriado com fome, apesar da empresa responsável ter ciência da situação, garante não possuir recursos para o repasse dos salários.

Quer ficar bem informado em tempo real? Entre no nosso grupo e receba todas as noticias (ACESSE AQUI).

Após o fechamento do lixão de Cuiabá, em 2023, foi aprovado na casa legislativa o Renda Solidária 3 – Cuidando da Gente. O programa criado pelo prefeito Emanuel Pinheiro garante auxílio financeiro de um salário mínimo a 254 catadores de materiais recicláveis que atuavam no antigo aterro sanitário. Os trabalhadores receberão o benefício pelo período de 24 meses, conforme consta na Lei nº 6.912/2023, seguindo o cronograma montado pela Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb), o pagamento deve ocorrer sempre no quinto dia útil de cada mês.

O objetivo da proposta é a indenização pelos serviços prestados ao meio ambiente por essas famílias, além de oferecer cursos de capacitação e maior infraestrutura. Dessa forma, poderiam abrir a própria cooperativa ecológica e garantir a renda familiar, algo que, segundo a vereadora, nenhum dos elementos da lista foram cumpridos e o salário atrasa todos os meses.

A Limpurb afirmou para Maysa que não teria dinheiro para realizar o pagamento, “então a pergunta que fiz foi: onde está o dinheiro?”, rebateu a informação. Evidenciou também, que a empresa teria multado a Locar Gestão de Resíduos em 300 mil reais, não verificáveis ou transparentes, já que o dinheiro não foi utilizado para pagar os funcionários, “ninguém ouviu falar dessa multa, onde está? Foi depositada? Então é mais um feriado com 200 famílias, passando fome, com energia cortada, desesperados”. 

O período de 24 meses, previsto no Renda Solidária 3 terminará com entregas inacabadas, agravante que Leão apontou como incompetência e ineficiência da atual gestão. Desse modo, deseja prorrogar a lei para uma quarta edição e assim ajudar no processo de reinserção ao mercado de trabalho, para aqueles que estão esperando  “a vocação deles é serem agentes ambientais, muitos não foram para outros empregos esperando essa capacitação, que toda vez é mês que vem, e esse barracão que toda vez vai ser logo em breve”. 

Em relação à possibilidade do próximo prefeito rescindir o contrato com a Locar e adequar o serviço com uma nova empresa, em vista da cobrança da tarifa de lixo obrigatória para a população, afirma que não acredita na forma que a Locar e Limpurb funcionam e sim na resolução efetiva para uma coleta apropriada. “Hoje é um problema de todos os cidadãos cuiabanos, sejam de bairros periféricos ou centrais, temos problema com o lixo e isso vai ter que ser resolvido”. 

A questão ambiental foi muito defendida por Abilio Brunini (UNIÃO) durante a campanha. Sobre levar a pauta ao novo gestor da capital, Maysa assegurou a conversa, mas não garantiu o conhecimento dele nos detalhes do caso. “Ele vai ter que tomar alguma atitude a respeito, porque temos que lidar com essa situação”, conclui.