26 de Abril de 2025

SAÚDE Sexta-feira, 25 de Abril de 2025, 09:41 - A | A

Sexta-feira, 25 de Abril de 2025, 09h:41 - A | A

ESCOLIOSE INFANTOJUVENIL

“Diagnóstico precoce é chave para prevenir complicações”, destaca especialista

Mais de 6 milhões de brasileiros convivem com a condição

Redação

A coluna vertebral é a base do corpo humano — estrutura responsável pelo equilíbrio, postura e movimentação. Qualquer alteração em sua formação pode impactar diretamente a qualidade de vida, especialmente na infância e adolescência, fases cruciais do crescimento. Entre essas alterações, a escoliose é uma das mais comuns e preocupantes.

A escoliose é um desvio lateral da coluna vertebral que pode se manifestar já na infância ou adolescência, comprometendo não apenas a saúde física, mas também a autoestima de crianças e adolescentes. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações mais graves e garantir o desenvolvimento saudável do paciente, conforme orienta o médico ortopedista e cirurgião de coluna vertebral, Fábio Mendonça.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a escoliose afeta cerca de 2% da população mundial. No Brasil, mais de 6 milhões de pessoas convivem com a condição, segundo dados de 2023.

Existem diferentes tipos de escoliose, sendo a forma idiopática — de causa ainda desconhecida — a mais comum. Ela costuma surgir por volta dos 5 anos de idade, ou durante o estirão do crescimento na adolescência, entre os 11 e 13 anos, sendo mais frequente em meninas.

Segundo o especialista, quando não diagnosticada e tratada a tempo, a curvatura da coluna pode causar dores, desconforto, limitações nas atividades diárias e até comprometer órgãos internos, como pulmões e coração.

“Atendemos recentemente uma paciente de 9 anos com um quadro grave de escoliose causada por neurofibromatose. A curvatura já havia alcançado 60 graus e estava comprimindo o pulmão e o coração, além de provocar dificuldade respiratória”, destacou o médico.

Além dos impactos físicos, a condição também afeta o bem-estar emocional. “A questão estética é muito importante, especialmente nessa fase da vida. A postura comprometida pode gerar insegurança. E, no caso de crianças, o desafio é ainda maior: precisamos corrigir o desvio sem interferir no crescimento e desenvolvimento natural da coluna”, concluiu Fábio Mendonça.

Avanços no tratamento
A medicina tem avançado significativamente nas opções de tratamento para a escoliose. Um dos destaques é uma técnica desenvolvida na França, que utiliza um equipamento de fixação bipolar — uma espécie de conector de crescimento automático. O método consiste na implantação de hastes na parte superior da coluna, próxima à escápula, e na parte inferior, perto da bacia. Essa técnica permite alongar a coluna de maneira progressiva e minimamente invasiva.

Fique atento aos sinais
A orientação é que pais, professores e cuidadores fiquem atentos a sinais como:

*Ombros ou quadris desalinhados

*Inclinação do tronco para um dos lados

*Assimetrias visíveis nas costas

*Roupa que parece “torta” no corpo da criança

*Queixas de dor nas costas (em casos mais avançados)

A melhor fase para tratar a escoliose é durante o crescimento, quando o corpo ainda está em formação. As alternativas de tratamento incluem:

*Exercícios específicos com fisioterapeutas

*Uso de coletes ortopédicos

*Reeducação Postural Global (RPG)

*Em alguns casos, intervenção cirúrgica

Com o acompanhamento adequado, é possível controlar a progressão da escoliose e oferecer às crianças e adolescentes uma vida ativa, saudável e com autoestima preservada.

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