18 de Setembro de 2024

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POLÍTICA Sexta-feira, 13 de Setembro de 2024, 16:49 - A | A

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UMA NOVA BRIGA

Candidatos ao comando da Câmara reforçam busca por votos e cortejam de Lula ao Centrão

Com decisão de Lira por apoio a Hugo Motta e nova aliança de Elmar Nascimento e Antônio Brito, eleição na Casa se volta para corrida pela obtenção de votos e pela simpatia do governo.

Redação

A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados entrou em uma nova fase, com os principais pré-candidatos disputando os votos dos deputados e o apoio dos partidos da Casa. O apoio do presidente Lula também é almejado, apesar de o governo dizer que não se envolverá.

A última semana foi marcada por demonstrações de força. Após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizar apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB), os deputados têm se reorganizado para fazer frente ao agora favorito.

Antes, o esperado era que Lira apoiasse Elmar Nascimento (União Brasil-BA). Com a reviravolta, União e PSD se articulam para lançar uma candidatura única, formando uma aliança entre Elmar e Antônio Brito (PSD-BA), antes adversários diretos. Isso intensificou a corrida por apoios.

Segundo apurou a GloboNews, se contar oficialmente com o apoio de Lira – que ainda não fez um anúncio público –, Motta poderá contar com os votos de PP e PL, além dos de seu próprio partido. Com isso, o deputado do Republicanos deve receber até 186 votos.

O próprio Hugo Motta, no entanto, diz já contabilizar até 320 votos. O deputado é visto como um dos herdeiros de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, e tem se articulado para reunir os votos do Centrão.

Já Elmar e Brito contabilizam o apoio de União Brasil, PSD, PRD, PDT, Avante, Solidariedade e a federação PSDB/Cidadania. As siglas contam com 155 votos.

Nesse cenário, os votos de dois partidos se tornam essenciais: MDB, com 44 deputados, e PT, com 68.

Importante: o voto para a presidência da Câmara é secreto. Por isso, candidatos sempre buscam uma margem de folga e não descartam a chance de "traições" de acordos nos momentos finais.

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No MDB, há resistência em apoiar a nova frente, com Elmar e Motta. O partido faz parte de um bloco com PSD e Republicanos, mas quer manter ambos aliados.

A bancada da sigla ainda não definiu quem irá apoiar. No meio tempo, tenta persuadir o PSD a abdicar da candidatura de Brito. A presença do líder do MDB, Isnaldo Bulhões, no aniversário de Motta na última quarta-feira (11) foi simbólica do caminho que o partido pode tomar.

Busca pelo governo
Na tentativa de atrair o governo, Elmar se reuniu nesta semana com o presidente Lula. Também teve um encontro com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Brito também deve conversar com o Planalto.

A estratégia no momento é mostrar que uma chapa entre Elmar e Brito pode ser mais próxima dos interesses do governo do que Motta. Para isso, devem reforçar a aproximação do PL de Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro e do PP de Ciro Nogueira com o candidato de Lira.

No caso do PL, o apoio a Motta já está consolidado. A moeda de troca é a primeira-secretaria, cargo estratégico nas relações de poder da Câmara.

Apesar disso, interlocutores do PT dizem que o partido, que conta com 68 votos na Câmara, deve fazer uma escolha mais pragmática. Os pontos importantes para a bancada são: a viabilidade do candidato, quanto de poder o partido terá com a nova presidência e o alinhamento com o governo Lula.

Aliança entre Brito e Elmar
Antes adversários, Brito e Elmar se aproximaram depois de Lira sinalizar apoio a Hugo Motta. A ideia dos partidos é apresentar uma candidatura única contra o candidato do atual presidente da Casa.

A aliança, no entanto, ainda está nos estágios iniciais. A decisão de quem será o candidato à presidência ainda não foi feita, e é possível que só se dê depois das eleições municipais.

Um dos motivos para isso é o esvaziamento de Brasília nas próximas semanas, que dificulta as negociações de apoios. O outro é a expectativa de informação sobre quem terá mais poder depois do resultado das urnas – até para que possíveis desistências no futuro custem mais caro.

Em geral, isso significa espaço na Mesa Diretora da Câmara e o comando de comissões importantes, como a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

 
 

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