18 de Setembro de 2024

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POLÍTICA Segunda-feira, 09 de Setembro de 2024, 16:55 - A | A

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REPRESENTANDO A EDUCAÇÃO

Com trajetória marcada pela superação pessoal e defesa dos direitos dos trabalhadores o candidato reflete seu compromisso com a fiscalização pública

Aos 59 anos Professor João traz sua experiência como educador e sindicalista para a política, candidatando-se ao cargo de vereador por Cuiabá e luta contra a corrupção e conexão com a realidade das comunidades

Yasmin Yegros da redação

João Custódio da Silva, conhecido politicamente como professor João, tem 59 anos, e colocou seu nome a disposição ao cargo de vereador por Cuiabá pelo Partido dos Trabalhadores, antes disso, nunca pensou em participar do processo eleitoral, apesar de sempre ter o que chama de “um olhar de esquerda” para o social, de acreditar que as coisas são para maioria. Nos últimos anos, em razão da profissão educacional, necessitou comparecer à câmara em alguns momentos, para aprovar projetos, assim reconheceu a dificuldade, tanto na base do governo quanto da oposição. Comentaram a ele, “não dá para se envolver, porque o político vem de quatro em quatro anos”, respondeu que não, porque chegou agora, é sua primeira vez, o que considera um diferencial.

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Natural de Jaciara (a 146 km de Cuiabá) veio de uma família humilde e esteve em insegurança alimentar e de moradia, saíram da zona rural, onde trabalhavam desde os 7 anos, aliado ao estudo, por incentivo do pai. Ao migrar para a cidade, foi guarda-noturno, vendeu verduras na rua, depois trabalhou em restaurantes, até finalmente com 18, dentro da policial militar, até os 23 anos, “ entendi que os policiais são pessoas, profissionais, sofredores, como outros trabalhadores, que cumprem ordens”, conta. Além disso, neste mesmo período concluiu a primeira graduação, no curso de educação física.

Ele passou um tempo como professor, depois assumiu o cargo de diretor de uma escola e, em seguida, migrou para a Sintep Subsede, onde permaneceu por 12 anos. Após esse período, em 2020, o governo do estado o retornou para a sala de aula. "Para mim, foi um grande desafio", ele comentou. Começou a trabalhar na Escola Pedro II, e mesmo com a idade avançada, nunca teve problemas em enfrentar novos desafios. Foi para a região de um curso exigente, em uma escola rigorosa, onde trabalhou no ano anterior e também no ano atual, sentindo-se tranquilo e gostando do ambiente. "Acredito que as pessoas lá também gostem de mim", acrescentou. No ano anterior, amigos o incentivaram a participar do processo eleitoral, o que lhe deu coragem, embora ele sempre soubesse que a eleição para vereador é uma das mais difíceis.

Ressaltou que, na política, existe um limite para o voto de amigos e, a partir desse ponto, é necessário investimento na campanha, algo que os professores não têm capacidade financeira para fazer, “tenho dito que é uma luta, o Davi aqui sem nenhum centavo no bolso e o Golias contratando uma equipe para cada coisa”.

Além disso, "vemos candidatos na rua com grandes quantidades de pessoas, mas sabemos que eles têm milhões para investir", refletiu sobre a corrupção envolvida, afirmando que o exercício do mandato de vereador por quatro anos não geraria o retorno financeiro que justificaria esses gastos, o que o faz acreditar na certeza da corrupção em alguns casos. "Essa é exatamente a proposta que pretendo levar para aquela casa", afirmou, referindo-se ao combate.

Critica a postura de candidatos a vereadores que fazem promessas que não são de sua competência, como a construção de creches e escolas, pelo fato de entender o procedimento de eleição, considera acirrada a concorrência, "Sou fulano, eu vou fazer uma creche, vou fazer uma escola, vou fazer um posto de saúde, organizar espaços de estradas, o vereador tem um papel de fiscalizar, fazer projetos, saber a aplicação correta dos recursos públicos, nem prefeito tem dinheiro, é só perguntar de onde vai sair o investimento", entende que os eleitos têm função de lutar por aquilo que é da maioria, “até porque para defender o agro, a indústria, o aumento no valor do transporte, tem um monte de gente que já faz isso, não precisa de alguém eleito pelos trabalhadores também”.

A relação entre os governos federal, estadual e municipal, mencionou que a federação é o "primo rico", concentrando a maior parte dos recursos, quando há uma boa relação entre o prefeito e o estado, as chances de conseguir mais investimentos são maiores, para melhorar a vida dos servidores, por exemplo, “ caso contrário o prefeito fica muito amarrado, Emanuel Pinheiro poderia ter avançado, em várias outras questões, seja na educação, na saúde”.

Reprova as políticas do governador em relação aos aposentados, mencionando que o desconto de 14% sobre os salários de contribuição, já baixos, foi uma medida prejudicial, “tinha uma lei 510, uma possibilidade que se tinha em 2013, para equiparar um pouco o salário dos profissionais da educação. Porque todo mundo vem com aquela conversa fiada, porque ele que forma todo mundo, mas o professor bebe, o professor precisa ir ao restaurante, precisa ter lazer”. Também a retirada de conquistas salariais dos servidores estaduais, enquanto elogiou o prefeito Emanuel Pinheiro por ter mantido o pagamento da RGA (Revisão Geral Anual).

Quanto à campanha, já possui alguns vídeos educativos, mas admite que está sendo uma experiência nova e desafiadora. "Eu ando muito pelas ruas, conheço muitas pessoas, mas não sei quantas votariam em mim", disse, explicando que tem contado com a ajuda de amigos para divulgar sua candidatura, destacou que não tem recursos para oferecer vantagens financeiras aos eleitores, mas que está comprometido com sua proposta de trabalho, caso seja eleito, “ estou indo nos bairros onde eu conheço, ponto de ônibus, chácara, espaço de lazer”.

Para ele é processo natural, “no final das contas se eu conseguir me eleger, ótimo, vou fazer o que fiz a minha vida inteira, não tenho feito promessas, mas tenho dado a garantia de que se eu tiver um gabinete, ele estará à disposição das pessoas do mesmo jeito que estou indo pedir voto de um por um, uma vez por semana quero estar na praça pública, ouvindo das pessoas o que seria bom, se a rua está ruim, não tem água, ônibus, o dia a dia de quem está ali, será o nosso desempenho”.

Em relação ao futuro, expressou apoio ao candidato Lúdio Cabral (PT) para prefeito e disse que seria mais fácil aprovar projetos em colaboração com ele, entre esses que até mesmo participou, estão a criação de creches, a tarifa de transporte público a um real e a instalação de placas solares para a população.

Mencionou a importância da inclusão social, especialmente para crianças com deficiência, afirmando que a inclusão ainda é mais teórica do que prática, há necessidade de projetos voltados para essas famílias, mães que, muitas vezes, acabam assumindo a responsabilidade sozinha por filhos atípicos.

Caso consiga a cadeira na câmara, não fará oposição por oposição. "O que for bom para a sociedade terá meu apoio, independentemente de quem propuser", reiterando seu compromisso com o bem-estar da população, em geral, independente da questão partidária, “tenho acesso às pessoas e elas a mim, os profissionais da educação, da rede estadual, do município, mas depende de cada um entender se posso representá-los bem”, concluiu.

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