08 de Abril de 2025

POLÍTICA Segunda-feira, 07 de Abril de 2025, 15:11 - A | A

Segunda-feira, 07 de Abril de 2025, 15h:11 - A | A

QUESTÕES CRÍTICAS

Paulo Araújo defende o aumento de chamamentos para saúde e critica a demora em convocar profissionais para a saúde pública de Mato Grosso

O deputado, no entanto, garantiu que a expectativa é de novos chamamentos ainda este ano e que continuará cobrando do governo estadual a ampliação do quadro de servidores.

Ana Carolina | Redação

O deputado Paulo Araújo (PP) trouxe à tona questões críticas sobre a situação da saúde pública em Mato Grosso, especialmente a demanda pela convocação dos concursados para suprir vagas na Secretaria Estadual de Saúde. Em entrevista, ele defendeu a necessidade de ampliar o número de chamamentos, destacando que, apesar das dificuldades orçamentárias, o governo estadual precisa agir para garantir o funcionamento dos serviços essenciais em um estado de grandes dimensões como Mato Grosso.

A pressão dos concursados que ainda não foram chamados, especialmente para trabalhar nas unidades de saúde do estado, é, segundo o deputado, legítima. Ele explicou que, no último concurso realizado, foram disponibilizadas mais de 400 vagas, mas a demanda atual é bem maior, uma vez que o governo tem ampliado os serviços gerenciados pela Secretaria de Saúde.

“Temos hospitais sendo reformados e unidades em processo de ampliação. A necessidade de chamar mais profissionais é real, e o governo precisa atender a essa demanda", afirmou o parlamentar.

Araújo, que também é servidor de carreira da Secretaria Estadual de Saúde, argumentou que a questão orçamentária é um fator que limita as contratações, conforme mencionado pelo secretário da pasta. No entanto, acredita que, com o tempo, o governo será obrigado a chamar mais profissionais para garantir a continuidade dos serviços de saúde no estado, especialmente no interior e nas unidades centrais, como os hospitais de Cuiabá e do interior.

A situação se agrava pela aposentadoria de servidores veteranos, muitos dos quais detêm conhecimento técnico essencial, dificultando a transferência de conhecimento para os novos servidores. "Muitos dos colegas se aposentaram, e estamos enfrentando dificuldades para repassar essa experiência para quem chega", comentou Araújo, lembrando que o último concurso realizado pela Secretaria de Saúde foi em 2002, há mais de 20 anos.

Sobre as discussões em torno da possível terceirização de hospitais regionais para Organizações Sociais (OSS), o parlamentar se mostrou cauteloso, embora reconheça que, em alguns casos, a terceirização pode ser inevitável. “Existem setores que podem ser terceirizados, como serviços de limpeza ou procedimentos de alta complexidade, mas a gestão das unidades e a fiscalização devem ser feitas por servidores de carreira", opinou.

Além disso, explicou que a terceirização de alguns serviços não podem comprometer a qualidade do atendimento e a gestão pública das unidades hospitalares. A contratação de servidores deve ser priorizada para funções essenciais, como monitoramento e auditoria dos serviços prestados. Araújo também mencionou que a necessidade técnica de reposição de pessoal será uma constante nos próximos anos e que o governo precisará prorrogar o concurso público para atender a essa demanda.

Ao ser questionado sobre as candidaturas de secretários do governo para a Assembleia Legislativa, Araújo expressou que, embora a situação gere incômodos entre alguns deputados, cada secretário tem o direito de se candidatar, se assim desejar. No entanto, alertou para a possibilidade de abuso de poder, caso secretários usem sua posição para influenciar diretamente prefeitos e aliados em busca de apoio político.

Sobre a movimentação interna do governo para as eleições de 2026, destacou que o senador Cidinho Santos (PL) é o nome mais forte para a majoritária e que, no momento, estão focados na formação das chapas para deputado estadual. Ele também mencionou a importância de acomodar os deputados alinhados com o governo Mauro Mendes, especialmente considerando as mudanças causadas pela possível federação entre PP e União Brasil.Finalmente, sobre a senadora Margareth Buzetti, que recentemente expressou dúvidas sobre sua candidatura ao Senado, Araújo afirmou que o PP está de portas abertas para ela.

“Se Margareth quiser se candidatar, será muito bem-vinda. O PP sempre apoiou sua trajetória e, se ela optar por voltar, teremos prazer em tê-la conosco”, concluiu.

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