16 de Setembro de 2024

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SAÚDE Segunda-feira, 02 de Setembro de 2024, 11:33 - A | A

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AGOSTO DOURADO

Incentivo a amamentação: Apoio, verdades e mitos na jornada materna

Yasmin Yegros da Redação

O primeiro dia do mês de agosto, até o sétimo é conhecido mundialmente como a semana do aleitamento materno, campanha global para incentivar e conscientizar mães e toda população, sobre a importância da amamentação natural na vida dos bebês e mulheres, já que através dos nutrientes e anticorpos auxilia na saúde imunológica de ambos, tanto para o desenvolvimento do filho, quanto na recuperação mais rápida do parto e diminuição de chances de doenças. O momento que se estende ao longo de agosto, nomeado dourado é um lembrete da necessidade de auxiliar e dar suporte a todas que amamentam, por isso governos e instituições promovem incentivos e informações para garantir igualdade a essas mulheres e filhos, já que segundo o Ministério da Saúde, a amamentação é o único fator que, isoladamente, pode reduzir em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis. 

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Em Mato Grosso, foram programadas mais de 200 ações em 48 municípios e 16 Regiões, incluindo oficinas, cursos, rodas de conversa, encontros, palestras, "mamaços", atividades lúdicas, arrecadação de frascos de vidro e doação de leite humano, destinadas aos bebês prematuros internados nas unidades de terapia intensiva. 

Para a médica Letícia Santiago, especialista em pediatria do hospital Femina e Santa Rosa na capital, o maior benefício para as mães são a recuperação mais rápida da gestação, já que a mulher que alimenta exclusivamente em seio materno tende a recuperar o peso anterior ao da gravidez mais facilmente, “na metade do tempo (em média de 2 a 3 meses) em comparação a quem não amamenta”. Ajuda, também, a prevenir a chance de câncer na mãe, principalmente o de mama, de doenças cardiovasculares, como hipertensão e diabetes. “Lembrando que a amamentação tem que ser exclusiva, a introdução de chá e água, por exemplo, pode interferir no processo devido o maior tempo que o bebe fica sem mamar e consequentemente não estimula a liberação hormonal”. 

Entre as vantagens do leite materno para a criança, destaca-se que ele é rico em anticorpos, funcionando como “a primeira vacina do bebê”, protegendo-o de várias doenças, melhora no sistema imunológico, evita distúrbios nutricionais, como obesidade e desnutrição, diminui a possibilidade de contrair doenças e a desenvolver alergias e melhora o neurodesenvolvimento dele, afinal contém todos os nutrientes necessários, inclusive para hidratação, e ajudam a prevenir doenças como diarreias, resfriados, alergias e pneumonia. Além disso, “aumenta o vínculo entre mãe e filho”. Dessa forma, o principal mito é considerar que o leite materno é fraco, que necessita de complemento com leite artificial, fórmulas ou chás, sendo que hoje já sabemos que é muito rico, tanto no valor energético, quanto nutricional, o que faz com que o bebe ganhe peso de uma maneira saudável. Também é importante “explicar e demonstrar a cada mãe como o seu bebê tem ganhado peso e crescido de maneira saudável”, pois, isso aumenta a confiança da mãe na jornada. 

Exclusivamente até os 06 meses, sem oferecer ao bebe mais nenhum tipo de alimento incluindo água e chás. Ou seja, exclusiva até sem a necessidade de oferecer água, chá ou qualquer outro alimento. Após esse período, inicia-se a introdução alimentar, e ele pode continuar mamando até os dois anos ou mais, a depender da vontade da mãe e do bebe O leite materno é a primeira opção em quase a totalidade das vezes, sendo contra indicado nos casos em que a mãe tenha alguma doença que pode ser transmitida pelo leite, como o vírus da imunodeficiência humana., HIV, HTLV ou que tomam certos medicamentos psicotrópicos, sempre sob orientação médica. 

Grande defensora do aleitamento materno, especialmente nos primeiros seis meses, que são os mais desafiadores por serem exclusivos e exigirem muito da mãe. Leticia acredita que “a melhor maneira de incentivar e apoiar a amamentação de qualquer mãe inicialmente é ser uma rede de apoio a ela”. Nesse contexto, a família desempenha um papel fundamental, mas a sociedade também tem seu dever, como pediatra, sente a responsabilidade de orientar as mães com informações precisas, ensinando, por exemplo, a posição correta para o bebê realizar uma sucção eficaz. 

“Nos locais que trabalho, nos hospitais, o incentivo ao aleitamento é muito presente, de diversas maneiras, mas principalmente auxiliando as mães que trabalham ou estão internadas nesses serviços e orientando com informações verdadeiras”, conclui a doutora. 

Vanusa Cristina Pinto, enfermeira obstetra, contribui ao narrar as vivências neste agosto, “aqui em Cuiabá, participamos de grupos da Secretaria de Saúde, onde se promove o tema da amamentação através de palestras, divulgação e capacitação de equipes. No hospital, percebemos que a maioria das mães deseja amamentar, mas sem uma rede de apoio sólida, muitas recorrem à fórmula infantil. No hospital, oferecemos apoio durante a internação e deixamos as portas abertas para que as mães retornem caso tenham dúvidas após a alta.

Recentemente, participamos de um congresso internacional de amamentação, e vamos lançar um bot de atendimento para dúvidas sobre amamentação na próxima semana, como parte das ações do Agosto Dourado”. 

Mesmo com as contraindicações, a maioria das mães, deseja amamentar, apesar das dificuldades iniciais. Por isso, é crucial oferecer apoio contínuo, para além do mês de conscientização, tanto dentro quanto fora do hospital, evitando o uso desnecessário de fórmulas infantis.

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