18 de Setembro de 2024

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ENTREVISTA DA SEMANA Segunda-feira, 09 de Setembro de 2024, 13:44 - A | A

Segunda-feira, 09 de Setembro de 2024, 13h:44 - A | A

Gustavo Padilha

“Cuiabá precisa, antes de tudo, de novos ares”, afirma candidato a vereador por Cuiabá

"Eu acredito muito que o papel do Poder Público é poder facilitar a vida do cidadão".

Pablo Vicente da Redação

Gustavo Padilha, de 29 anos, candidato pelo PSB em Cuiabá, traz uma proposta de renovação política com foco nas necessidades reais da população.

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Com experiência como secretário adjunto de Agricultura Familiar e líder estadual da Juventude, Padilha defende políticas públicas voltadas para educação infantil, agricultura familiar e inclusão social, como a criação de uma Casa do Autista para centralizar atendimentos.

Com uma campanha que mescla presença digital e trabalho nas ruas, ele busca promover "novos ares" na política cuiabana, propondo mudanças estruturais para melhorar a qualidade de vida na cidade.

Centro Oeste Popular — Como foi a experiência de entrar na política partidária como suplente em 2020?

Gustavo — Conseguimos ter êxito. Não fomos eleitos, mas tivemos quase 900 votos aqui em Cuiabá. Ficamos como segundo suplente de vereador. Eu tinha 24 anos. Fui candidato representando a juventude. A experiência de 2020 foi um pontapé inicial para uma jornada política. Fiz um grande trabalho em Cuiabá por dois anos. E me preparei. Me preparei esses quatro anos para voltar para ser candidato novamente, mais experiente. Conhecendo ao fundo a realidade de Cuiabá. As temáticas que Cuiabá precisa ser trabalhada através de políticas públicas. E estamos aqui.

Centro Oeste Popular — Sua campanha acontece essencialmente nas ruas, mas a presença nas redes sociais é muito forte, existe um equilíbrio ou priorizar um dos meios?

Gustavo — Minha campanha está equilibrada entre o trabalho nas ruas e a presença nas redes sociais. Faço questão de focar nos dois. Tenho uma equipe de mídia que cuida das nossas redes sociais, onde abordamos as temáticas que trabalhamos nas ruas. Mas eu também faço questão de estar presente nos bairros, conversando pessoalmente com as pessoas, olho no olho. Isso é essencial para sentir a realidade de cada comunidade, entender as dificuldades e saber o que precisa ser feito. Ao mesmo tempo, as redes sociais nos ajudam a alcançar mais gente e levar essas propostas a um público maior.

Centro Oeste Popular — E com esse contato com as pessoas nas ruas, e perceber quais são as demandas do povo, como escolheu suas bandeiras?

Gustavo — Minhas bandeiras foram escolhidas a partir do contato direto com a comunidade. Acredito que é muito fácil você querer ser vereador apenas baseado nos seus próprios ideais, mas o que realmente importa é ouvir as pessoas e entender o que elas precisam. Então, fui para dentro dos bairros, conversei com as pessoas e, a partir disso, comecei a construir minhas propostas. Por exemplo, uma das demandas que percebi é a falta de vagas nas creches e escolas municipais. Muitas mães enfrentam grandes dificuldades para conseguir vagas para seus filhos, e isso impacta diretamente suas vidas. Com essa realidade em mente, uma das minhas bandeiras é lutar para aumentar as vagas e melhorar a redistribuição das creches, acompanhando o crescimento da cidade.

Centro Oeste Popular — Em 2022 o senhor pediu a exoneração do cargo que ocupava e migrou para seu atual partido, o PSB, como foi a decisão?

Gustavo — Essa decisão foi baseada em uma oportunidade que enxerguei e na minha preparação para ser candidato novamente. Eu já tinha feito um trabalho importante com a juventude no MDB, mas percebi que o PSB era um partido onde eu poderia continuar construindo políticas públicas que se alinham com o que acredito. Senti que lá eu teria melhores condições para disputar essa eleição e desenvolver minhas propostas para Cuiabá. Foi uma escolha estratégica, e hoje me sinto em casa no PSB.

Centro Oeste Popular — O segundo mandato do Emanuel Pinheiro está sendo bastante conturbado, como analisa a gestão do atual Prefeito?

Gustavo — Olha, é complicado. O Emanuel começou muito bem na primeira gestão, mas na segunda houve um grande desgaste, principalmente nas áreas da saúde e da educação. Participei dessa gestão como secretário adjunto de Agricultura Familiar e pude ver de perto os desafios. A gestão fiscal e o controle da administração de Cuiabá acabaram falhando em alguns pontos importantes. Um exemplo é a saúde, com muita reclamação sobre a falta de medicamentos e a fila de espera para cirurgias. Na educação, as vagas nas creches são um grande problema. Acredito que ele fez muito por Cuiabá, mas esse desgaste vai deixar marcas na carreira política dele.

Centro Oeste Popular — O PSB apoia a candidatura de Eduardo Botelho (União Brasil), este também é o seu apoio?

Gustavo — Sim, com certeza! Acredito muito no Eduardo Botelho. Penso que ele é o cara que vai fazer uma administração muito boa para Cuiabá. A cidade precisa de recursos, de investimentos, e vejo que o Botelho consegue articular tanto com o governo estadual quanto com o federal para trazer esses recursos. Um exemplo disso é a proposta dele de asfaltar 100% de Cuiabá, o que é fantástico, pois, isso não trata apenas de pavimentação, mas também impacta, áreas como saúde e saneamento básico. Além disso, algumas das propostas dele se alinham muito com as minhas, como a arborização da cidade, algo que eu também defendo desde que distribuímos mudas em 2019. Então, sim, apoio o Botelho e acredito que ele fará uma grande gestão para Cuiabá.

Centro Oeste Popular — Sua campanha fala em “novos ares”, qual a mudança que Cuiabá precisa?

Gustavo — Cuiabá precisa, antes de tudo, de novos ares. Penso que a cidade precisa de uma nova sintonia dentro da Câmara Municipal, uma sintonia diferente com a comunidade. Hoje, vemos muita polêmica na Câmara, mas poucas temáticas relevantes sendo trabalhadas de fato. É preciso focar em questões importantes, como a educação infantil, por exemplo, e unir o Legislativo para que as coisas realmente aconteçam. Além disso, precisamos de políticas públicas mais eficientes, como facilitar o acesso ao tratamento para crianças com autismo, algo que atualmente é muito complicado para as mães. Acredito que essa nova postura, mais próxima das pessoas e focada em resultados concretos, é o que Cuiabá precisa.

Centro Oeste Popular — Quais são suas propostas para melhorar o atendimento às crianças com autismo em Cuiabá?

Gustavo — Uma das grandes dificuldades que percebo em Cuiabá é o acesso ao tratamento para crianças com autismo. Hoje, as mães enfrentam uma verdadeira maratona para conseguir atendimento: o psicólogo fica em um lugar, o neuro em outro, e elas acabam gastando muito tempo e dinheiro se deslocando pela cidade, muitas vezes pegando vários ônibus ou precisando pagar por transporte particular. Minha proposta é inspirada no que vi em Maceió, onde foi inaugurada a Casa do Autista, um espaço que centraliza todos os atendimentos, como psicólogo, neurologista, fonoaudiólogo, tudo em um só lugar. Acredito que podemos fazer algo semelhante em Cuiabá, utilizando instrumentos públicos que estão abandonados e transformando-os em centros de atendimento especializado, facilitando a vida das famílias e oferecendo um serviço público de qualidade.

Centro Oeste Popular — Além de Líder Estadual da Juventude também foi secretário adjunto de agricultura familiar, como enxerga o fato da secretaria estar ligada a outras duas?

Gustavo — Vejo isso como um problema, pois, acredito que a Secretaria de Agricultura Familiar deveria ser exclusiva. Hoje, ela está ligada a outras duas áreas — trabalho e desenvolvimento econômico —, e isso dificulta a gestão. Com três secretarias em uma só, fica complicado fazer um trabalho de gestão mais eficiente em cada uma dessas áreas. A agricultura familiar é extremamente importante, especialmente em uma cidade como Cuiabá, onde 93% do território é zona rural. Precisamos de políticas públicas específicas para incentivar a produção local, levando tecnologias e apoio aos pequenos produtores. Uma secretaria exclusiva permitiria dar a devida atenção a essa questão e potencializar o desenvolvimento da agricultura familiar na região.

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