O presidente da Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador Rodrigo Arruda e Sá (PSDB) negou qualquer tipo de blindagem aos colegas, Paulo Henrique e Marcrean Santos, ambos do MDB e que foram denunciados por quebra de decoro. No caso do vereador Paulo Henrique, que veio a ser citado na Operação Ragnatela, por suposta participação em um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho, o parlamentar alega que mesmo após um mês da representação, ainda não pediu informações sobre o inquérito policial, mas rejeitou existir qualquer tipo de lentidão da sua parte.
O vereador Rodrigo apresentou um projeto de lei que propõe a leitura de trechos da bíblia em escolas públicas e privadas de Cuiabá, durante uma sessão na Câmara de Vereadores. A proposta segue em análise da comissão para ser votada.
Conforme o projeto, a leitura de trechos bíblicos poderá ser utilizada como recurso paradidático para disseminação cultural, histórica, geográfica e arqueológica.
Ainda de acordo com a proposta, os estudantes poderão escolher se desejam ou não participar das atividades que envolvam os estudos religiosos. E com a apresentação desse projeto de lei, a população não gostou muito e gerou muitos comentários negativos.
“Os processos ficam parados e quando volta do recesso continua normalmente. Não tem demora, estamos respeitando os prazos”
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Centro Oeste Popular — Em relação da comissão de ética, somente ao caso do vereador Marcrean, quatro pedidos é na comissão, já foram analisados?
Vereador Rodrigo e Sá — Não! Ainda não chegou o pedido do processo do vereador Marcrean na comissão de ética, está na Casa de Lei, chegou à presidência, e da presidência foi para procuradoria, então, estamos aguardando o relatório do procurador para poder enviar a comissão de ética.
Centro Oeste Popular — O senhor acredita que essa demora é proposital e acaba beneficiando o vereador?
Vereador Rodrigo e Sá — Não, na verdade, não tem benefício, só posso contar o prazo do vereador dentro da comissão de ética, após, a reunião da comissão e abertura do processo.
Centro Oeste Popular — O que justifica essa demora em dar início à abertura do processo do vereador Marcrean?
Vereador Rodrigo e Sá — Temos que averiguar. Na verdade, não posso provocar a situação junto à procuradoria da Casa, tem que ter tranquilidade para que eles possam apurar o processo de vida legal e encaminhar para nós.
Centro Oeste Popular — Com o recesso agora, como é que fica essa situação?
Vereador Rodrigo e Sá — Então, fica parado, na hora que voltarmos do recesso, continua normalmente o processo.
Centro Oeste Popular — Em relação ao caso do vereador Paulo Henrique, em que estado se encontra?
Vereador Rodrigo e Sá — O caso do Paulo Henrique estou até com o ofício, irei pegar a assinatura do vereador Kero Kero, e a assinatura do Reginaldo também, para poder enviar para polícia federal e a polícia civil, assim, pedindo maiores esclarecimentos.
Centro Oeste Popular — O que motivou toda essa demora em fazer esse recolhimento de assinaturas, já que tem mais de duas semanas?
Vereador Rodrigo e Sá — Tem mais de duas semanas que essa provocação foi feita, todo embasamento jurídico foi colocado no processo e agora vamos esperar a parte da polícia civil e federal sobre os inquéritos policiais para que possamos dar andamento no processo. Hoje em dia está bem difícil de encontrar os vereadores, já está todo mundo em pré-campanha, correndo trecho, e estamos aproveitando para pegar as assinaturas em dias de sessões.
Centro Oeste Popular — Isso não mancha a imagem da Câmara de Vereadores com toda essa demora no andamento, de tudo aquilo que chega, deveria chegar para comissão de ética?
Vereador Rodrigo e Sá — Na verdade, não tem demora nenhuma, estamos respeitando os prazos, estamos tratando de vidas, e na grande verdade, o caso foi ocorrido, porém, não tem inquérito, não tem nenhum pedido do Ministério Público de inquérito criminal, também contra o vereador Paulo Henrique. Então, tem que tomar muito cuidado, porque trata de nomes de pessoas, e não podemos colocar as coisas à frente, com isso, a comissão de ética tem todo esse cuidado, tanto é que teve isso com a vereadora Edna Sampaio no ano passado, e estamos tendo agora com o vereador Paulo Henrique.
Centro Oeste Popular — Como o senhor recebeu com a repercussão sobre o Projeto de Lei que propõe a leitura da Bíblia como recurso paradidático nas escolas públicas e particulares da capital mato-grossense, conhecido como projeto da Bíblia?
Vereador Rodrigo e Sá — Acho interessante um debate, poderia, está debatendo tantas coisas, mas, é um livro literário, um livro de conhecimento, um livro milenar, que só traz enriquecimento para as crianças e adultos, todo mundo que lê tira um bom aprendizado. Hoje, as crianças têm o dia do brinquedo, dia da dança, dia de tantas coisas, e quando coloca um dia a bíblia, em um cenário que é uma leitura histórica e, ao mesmo tempo, pedagógica, e chega ser até terapêutica e educacional, se levanta uma polêmica desnecessária. Ela não é obrigatória, é para educacional, hoje, a bíblia é universal, 90% das religiões brasileiras adota ela como um instrumento normativo. O projeto sugere a leitura, como o dia da leitura.
