Eduardo Botelho, presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, nasceu em 8 de março de 1959 em Nossa Senhora do Livramento. Filho de Benedito Caetano Botelho e Venina Vieira Botelho, ele cresceu no sítio Pirapora e passou a infância ajudando o pai no trabalho rural. Mais tarde, se mudou para Cuiabá, onde começou a vender jornais e balas para ajudar no sustento da família. Formado em Engenharia Elétrica pela UFMT e com especialização em Matemática, Botelho conciliou trabalho e estudos, atuando como professor e em diversas funções no setor público e privado.
Sua trajetória política começou em 2013, quando se filiou ao PSB e foi eleito deputado estadual em 2014. Tornou-se presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) em 2017-2019 e foi reeleito para o cargo em 2019-2021, promovendo melhorias na Casa. Em 2020, lançou sua candidatura à presidência novamente, mas, após determinação do STF, convocou uma nova eleição e foi eleito primeiro-secretário da ALMT para o biênio 2021-2023. Em 2022, Botelho se filiou ao União Brasil, partido criado pela fusão entre PSL e DEM.
Centro Oeste Popular — Deputado, recentemente o atual prefeito Abílio Brunini proibiu a doação de alimentos e marmitas para os moradores de rua da capital. O mesmo alega que essa ação prejudica muito a limpeza e outras questões da cidade. O senhor que realiza diversas ações sociais, concorda com esta ação? Qual a sua opinião para este fato?
Eduardo Botelho - Acredito que tem que criar um lugar específico, mas, cortar a alimentação, cortar a comida deles, não vejo isso como positivo, pelo menos essa é a minha opinião. Agora, também ficar lá no centro distribuindo do jeito que está não dá, tem que criar um lugar próprio para isso. Agora, parar de dar comida para eles, parar de alimentar, não vejo isso como uma atitude até cristã.
Centro Oeste Popular — Nos últimos dias, o governador Mauro Mendes declarou que fechassem todos os comércios dos presídios e que não há necessidade desse tipo de comércio, porque o estado fornece tudo que eles precisam. Como o senhor analisa essa situação?
Eduardo Botelho - Na verdade, esse é o assunto mais polêmico que tem em cima da lei que veio para cá, dos presídios. A questão da cantina, ela deu muita polêmica. Evidentemente vai dar ainda agora quando for votar a derrubada do veto, porque alguém que acompanha muito isso que está lá lutando, inclusive para melhorar, inclusive para a ressocialização, é o desembargador Hernando Perrinho, e ele é um defensor ferreiro das cantinas. Acho que não ter as cantinas lá é algo que vai dificultar muita relação dentro dos presídios. Agora, isso vai ser discutido aqui, evidentemente quando chegar o veto vai ter essas discussões e aí nós vamos ouvir os dois lados e os deputados irão tomar as suas decisões.
Centro Oeste Popular — O senhor acredita que esse veto ainda pode ser apreciado na gestão do senhor como presidente?
Eduardo Botelho – Não dá mais, dificilmente isso vai acontecer. Vamos deixar para a próxima gestão e vamos discutir isso. Independente de eu ser ou não, uma discussão vai ter que ter.
Centro Oeste Popular — Deputado Botelho, em relação a sua saída da mesa diretora, tem interesse em assumir alguma comissão na próxima legislatura, que começa em fevereiro? Está cogitando, por exemplo, uma comissão importante como a CCJ ou a de Finanças, ou tem algum outro cargo específico em mente? Como está se preparando para essa nova fase?
Eduardo Botelho – Sim, vou trabalhar para isso. Vamos trabalhar para entrar numa comissão para ser proativo, ajudar bem com toda a experiência, dentro de alguma comissão, mas, vou discutir isso ainda com os deputados.
Centro Oeste Popular — Com relação à RGA, o senhor conversou com os servidores. O que ficou definido? Será mantido o mesmo valor que o governo do estado mandou?
Eduardo Botelho – Expliquei para eles e entenderam que em cima do RGA não tem algo que a gente possa fazer e que estão discutindo a questão das perdas anteriores. Então essa discussão tem que ser outra discussão, ela tem que fazer outra proposta aqui e aí os deputados podem fazer, eles têm legitimidade para isso.
Centro Oeste Popular — Nessa situação haverá futuramente algo que possa ser discutido e melhorado essa questão?
Eduardo Botelho – Sim, será futuramente discutido sobre o assunto com mais detalhes.