12 de Março de 2025

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ENTREVISTA DA SEMANA Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2025, 10:28 - A | A

Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2025, 10h:28 - A | A

Emanuel Pinheiro- ex-prefeito de Cuiabá

Ex-prefeito rebate críticas e defende legado na política e não aceito ser comparado a figuras políticas com problemas legais

Redação

Em entrevista concedida para o programa Roda de Entrevista, o ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, faz um balanço de sua trajetória política e reflete sobre os desafios que enfrenta após deixar o cargo. Durante a conversa, ele se posiciona firmemente sobre sua gestão, a polêmica da taxação do lixo e a atual administração da capital. Sem hesitar, Pinheiro também rebate comparações com ex-políticos envolvidos em escândalos de corrupção e defende sua conduta ao longo dos 36 anos de vida pública. Além disso, o ex-prefeito fala sobre seus planos futuros, a relação com antigos aliados e adversários, e os desafios da política local, enquanto se prepara para o que muitos acreditam ser o seu retorno à arena política. Confira a íntegra da entrevista e as reflexões de Emanuel Pinheiro sobre o cenário atual e o futuro da capital mato-grossense.

“Emanuel Pinheiro nunca teve greve, a cidade nunca parou, Cuiabá bombou. Foi à única gestão na história de Cuiabá. E olha que foram oito anos que nada parou”

Centro Oeste Popular: Tendo em vista outros casos que aconteceram em Mato Grosso, como, por exemplo, o ex-governador Silval Barbosa e o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Geraldo Riva, o senhor não tem medo de ser preso em uma operação policial, seja da Polícia Federal ou Polícia Civil, agora que não tem mais mandato?

Emanuel Pinheiro: Mas você está me comparando com duas figuras políticas que vieram para o Estado de Mato Grosso com o intuito de se completar na vida pública. Isso não sou eu que estou falando, eles mesmos falaram e confessaram nas delações que fizeram. Então, não aceito, em hipótese alguma, ser comparado a esse nível de políticos, até porque eu não tenho nada que pese contra mim, não respondo a nenhum processo criminal, não tenho nada. E todas aquelas ações contra a minha gestão está caindo uma a uma, prova de um grande circo, de uma grande armação para tentar me atingir e destruir a minha vida pública. Agora, me comparar a esses homens? Por favor. Tenho 36 anos de vida pública, inatacável, inabalável, moro há 30 anos na mesma casa, tenho a mesma renda, meu patrimônio é o mesmo de quando eu era deputado e hoje, depois de oito anos como prefeito da capital, e minha renda é totalmente compatível com aquilo que eu ganho declarado no meu imposto de renda. Então, é necessário agora que a imprensa também comece a pesar, separar o joio do trigo e respeitar também a história dos políticos de Mato Grosso.

Centro Oeste Popular: A atual gestão entrou na discussão sobre a taxação do lixo, que foi implementada na gestão do senhor. Todos os municípios têm que aderir ao marco do saneamento, mas a lei da taxa do lixo não fala da cobrança obrigatória como foi exposta na sua gestão. Porque a gestão do senhor disse que a taxa é obrigatória, quando ela não é, sendo que a atual gestão está retirando essa taxa do bolso do cuiabano?

Emanuel Pinheiro: Primeiro, a lei determina, sim, a lei do presidente Jair Bolsonaro, incluindo os resíduos sólidos dentro do marco regulatório do saneamento básico. Ela obriga, sim, os municípios brasileiros, inclusive até 20 de abril do ano passado, a criarem sua taxa de coleta de lixo. Aqueles municípios que não criarem vão sofrer os rigores da lei, como ter convênios suspensos, não poderão contratar com a Caixa Econômica, com o Banco Público, não terão acesso a várias verbas e recursos ou convênios do governo federal. Então ele vai ter esse problema. Agora, quem falou que não pode cobrar isso não se sustenta. Realmente, ela é uma imposição da lei do presidente Jair Bolsonaro, que institui o marco regulatório do saneamento básico.

Centro Oeste Popular: Após sair da prefeitura, como foi a sua retomada na Assembleia Legislativa?

Emanuel Pinheiro: Muito bem, como sempre. Eu sou recebido na Assembleia e em todos os lugares que ando, em Cuiabá e em Mato Grosso. Inclusive, minha agenda está lotada de convites para o interior do estado. Na ALMT, sou servidor efetivo da Assembleia. Entrei no período para gozar da minha licença-prêmio, que tenho direito, e fui muito bem recebido. Estou recebendo também vários convites para poder contribuir com a Assembleia Legislativa, especialmente com o Poder Legislativo e com alguns deputados, como meu amigo, o Juca do Guaraná.

Centro Oeste Popular: Estando presente em vários eventos em Cuiabá, o senhor estaria numa pré-campanha eleitoral para voltar à Assembleia nas próximas eleições? Inclusive, quando o senhor chama o atual prefeito de “youtuber” e “influencer”, já se pode dizer que o senhor vai vir com tudo nas próximas eleições ou não?

Emanuel Pinheiro: Você pode dizer que Nenel é um político nato, que ama Cuiabá, ama Mato Grosso e defende as pessoas, principalmente os menos favorecidos. Não vai ficar fora do processo político, com ou sem mandato, deputado ou governador — o cargo que a gente possa vir a construir. Se for o caso, a nossa participação, temos história, currículo e serviço prestado. Depois de ser prefeito de Cuiabá duas vezes, podemos ser candidatos. Então, as minhas aparições nas redes sociais, realmente agora tenho mais tempo, mas elas não representam o cotidiano de enfrentamento à atual gestão. Até porque a atual gestão ainda não começou. Mas quando ela começar, a gente tem que dar um tempo, porque está iniciando agora, vai fazer 60 dias, está um pouco atrapalhada, desorganizada. Aliás, está bem atrapalhada, desorganizada. Mas só me manifestarei quando vierem as fakenews, as mentiras. Quando a incompetência da atual gestão em resolver um problema ou enfrentá-lo for descaradamente atribuída a mim. Então, quando essas mentiras tentarem envolver a minha gestão, o meu nome e o meu legado, pode ter certeza de que Emanuel Pinheiro responderá à altura.

Centro Oeste Popular: Como o senhor analisou a sua base após o fim da sua gestão? Houve mudanças? Teve “traidores” que foram para o lado do Abílio?

Emanuel Pinheiro: Teve, sim. O meu líder na câmara da época, Macrean, me causou uma decepção muito grande, mas isso será tratado no partido, após o carnaval. Também o Alex Rodrigues, que foi eleito na minha base, tomou uma posição. Mas o que vou fazer? Tem que respeitar. Depois que vi o Juca cantando com o Mauro Mendes numa festa, ao lado dele, o que vou fazer?

Centro Oeste Popular: O vereador Dilemário disse que há mais de 50 mil buracos em Cuiabá, e estão começando a tampar, mas não estão encontrando empresas para fechar essas obras, pois, o senhor deixou uma dívida enorme na prefeitura.

Emanuel Pinheiro: Bom, esse vereador Dilemário é a "lei do traidor histórico". Traiu todo mundo que o apoiou. Ele tem um compromisso muito grande com a mentira e com as fakenews. Então, não dá para levar muito a sério o que ele fala. 50 mil buracos? Acho que ele está me imitando, quando assumi a prefeitura em 2017 e disse que Cuiabá tinha 42 mil buracos. Ele está fazendo piadinha, tentando fazer graça, sem nenhum sentido, sem nenhuma responsabilidade. E se a credibilidade está afetada, a credibilidade é da gestão atual. Porque não existe gestor no mundo que comece um mandato sem ter credibilidade. Qualquer um tem, no mínimo, seis meses de credibilidade para falar um "A" para o empresário, ele vai e faz. Se não estão fazendo agora, estou mais preocupado ainda. A credibilidade da atual gestão está na lona. Porque qualquer gestor que assume tem, no mínimo, seis meses de credibilidade. Agora, me preocupo ainda mais.

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